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Por que tem navio com fertilizante parado no PR?

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| A notícia pode parecer negativa, mas nós fomos em busca de respostas sobre ter navios parados  nos portos de Antonina e Paranaguá e a resposta é: o aumento da demanda. Acontece que o volume que está chegando é muito alto e isso acontece principalmente pela antecipação da compra dos produtos. Segundo a Portos do Paraná, que administra os dois terminais, neste ano, todos os meses tiveram registro de alta na importação dos produtos.

Todo esse aumento de fluxo acaba gerando uma espera maior nos portos, mas que segundo a administradora, é um tempo  normal, considerando o atual cenário: “O navio com mais tempo aqui tem pouco mais de um mês, mas pelo momento do mercado do produto, esse tempo e a quantidade de navios é considerada normal. Estamos atracando e operando com a mesma produtividade e eficiência”, afirma a Portos do Paraná.

O número de navios programados para o mês é de 22, responsáveis por 644.845 toneladas dos produtos.

 

INTERFERÊNCIA CLIMÁTICA

Outra situação que também pode gerar atrasos para descarregar os fertilizantes no Brasil é a questão climática: “A descarga dos granéis sólidos depende muito do tempo seco. Ou seja, se chover, tem atraso também. Mas, a gente opera já considerando esses tempos, que recuperamos com produção. A eficiência dos terminais paranaenses do desembarque e escoamento dos fertilizantes é reconhecida por toda a cadeia”, diz a nota da Portos do Paraná.

 

AUMENTO DA DEMANDA

A demanda de importação dos adubos se reflete nos números: para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2022 o número foi 26% maior que o ano passado, com 3.068.596 toneladas, sendo que em 2021 foram 2.436.122 no mesmo período. Também é possível perceber um grande aumento mensal, comparado ao ano passado, principalmente me fevereiro:

Janeiro – 884.268 (22) / 749.965 (21) = +18%

Fevereiro – 1.318.708 (22) / 919.997(21) = +43%

Março – 867.930 (22) / 721.232 (21) = +20%

Segundo a administradora, o trabalho permanece intenso. Na nota a empresa informou que nesta quinta-feira (14) nos portos de Paranaguá e Antonina, 5 navios descarregavam o produto, simultaneamente, e outros 4 estavam programados para atracar, os navios que aguardam estão carregados com superfosfato, ureia e cloreto de potássio.

 

PRINCIPAL PORTA DE ENTRADA E GARANTIA DE EFICIÊNCIA

Atualmente 27% dos fertilizantes que chega ao Brasil para ser aplicado nas lavouras de norte a sul, entram pelos terminais paranaenses. E os portos estão preparados para atender a demanda: “O Porto de Paranaguá tem uma das melhores pranchas médias operacionais para o desembarque dos produtos entre os portos brasileiros. Para garantir maior eficiência, o porto paranaense possui regras operacionais e níveis de produtividade para cada operação. No segmento de fertilizantes, a “prancha média”, como é conhecida essa produtividade, varia de 6 mil a 9 mil toneladas por dia, por berço ou navio”, diz a nota.

“No cais público do Porto de Paranaguá são três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante. Os navios com este tipo de carga ainda podem atracar e descarregar por qualquer outro berço do cais público que não esteja ocupado. O Porto de Paranaguá conta ainda com um píer privado (Fospar), com dois berços exclusivos e interligados por esteiras. Em Antonina, são 2 berços que podem operar o produto”, finaliza a Portos do Paraná.

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

 

Foto: Portos do Paraná

(Débora Damasceno/Sou Agro)