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Surtos de gripe aviária resultam em milhares de aves sacrificadas

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| 10 milhões, este é o número de aves que foram sacrificadas na França na tentativa de conter a gripe aviária no país. Esse combate vem sendo feito desde novembro do ano passado por conta de um surto que atinge principalmente o Oeste do país,

Segundo o Ministério da Agricultura francês, este é o maior número de aves sacrificadas dos últimos anos. O primeiro caso registrado foi no fim de novembro de 2021, de lá pra cá, o vírus já espalhou para mais de mil fazendas.

A maioria dos animais sacrificados estavam na região do Pays de la Loire, no Oeste francês que representa o segundo mais território de criação de aves da França, ficando atrás apenas da Bretanha.

 

Este ano a situação está sendo diferente, pois em anos anteriores as crises de gripe aviária se concentraram no sudoeste francês, principalmente nas granjas de patos para a produção de foie gras ( fígado de ganso ou pato que foi alimentado à exaustão, o que levou à hipertrofia lipídica do órgão). Para se ter uma ideia, em 2021 foram quase 500 focos da gripe foram registrados, e 3,5 milhões de animais, foram sacrificados.

Mas não é só a França que tem sofrido com o aumento dos casos da gripe aviária, ao todo 34 países europeus foram afetados este ano, a Itália por exemplo teve 18 milhões de aves abatidas por conta da doença.

Mercado internacional muda a postura

Com todos esses surtos e a preocupação com a doença, o mercado mundial da carne de frango tem reagido de um jeito diferente, comparado com momentos anteriores, onde praticamente tudo foi paralisado por conta da gripe aviária.

É que nos surtos anteriores, os países que importavam frango, embargaram o recebimento de países que exportavam a carne, mesmo que apenas algumas regiões tivessem sido afetadas. Um exemplo é a China que no surto de 2016 parou de importar qualquer produção avícola dos Estados Unidos, mesmo que os casos de gripe aviária foram registrados apenas em alguns estados e não afetaram a indústria do frango.

 

Pois bem, isso mudou. Agora o veto de exportação é feito apenas para as regiões afetadas pelos surtos de gripe, ou seja, não afeta mais as exportações de frango de um país inteiro. Isso acontece depois que a avicultura exportadora desenvolveu o conceito da compartimentação, para minimizar os problemas que o setor enfrenta em situações como as de surtos de gripe aviária.

Brasil livre da Gripe aviária

Com tudo isso dito, um cenário é claro: o Brasil, estando livre da gripe aviária se beneficia como exportador de carne de frango, afinal mesmo com a mudança do mercado mundial em não restringir mais totalmente os países afetados, muitos deles tem grandes regiões avícolas atingidas pela doença o que diminui o número de exportações.

Portanto no caso do Brasil e também outros países sem registros de surtos da gripe aviária, sem dúvidas devem ser mais beneficiados em meio a uma crise de surto da doença em vários continentes.

Mesmo assim os países não afetados precisam redobrar os cuidados, afinal a onda atual de casos da gripe aviária, é uma das mais preocupantes dos últimos tempos.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro com agências)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)