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Suposto lixo espacial cai em propriedade rural no Paraná
#souagro | Prováveis destroços do foguete Falcon 9, da SpaceX, lançado no dia 19 de dezembro de 2021 na Califórnia, nos Estados Unidos, com a finalidade de levar satélites Starlink responsáveis pelo garantir internet para todo o planeta, caíram em uma propriedade dedicada ao cultivo de erva-mate, localizada em Água Suja, interior de São Mateus do Sul, no Paraná. No dia 8 de março, imagens flagradas pelas pessoas no Paraná e Santa Catarina correram o mundo, mostrando restos do lixo espacial entrando em órbita na Terra.
Os fragmentos caracterizados por um amontoado de metal foram localizados pelo casal João Ricardo Portes e Joseane Maria Franco Portes. João Ricardo é mecânico, mas também trabalha com erva-mate. Ele encontrou o objeto na propriedade na manhã de quarta-feira (16). “No começo, pensei que fosse uma barraca, mas chegando perto, tive a surpresa”, disse ele, que se deparou com a estrutura metálica enquanto realizava a verificação das cercas na propriedade.
A peça mede aproximadamente quatro metros de comprimento por seis de diâmetro. “Ouvi um grande barulho na madrugada. “Mas nós não olhamos nessa direção. Olhamos para o lado contrário e não percebemos nada naquele momento”, relata seu João Ricardo. Sobre o destino da peça, o mecânico foi categórico. “Não quero nem tocar nisso daí. Vou comunicar as autoridades”.
O especialista em Astronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Gerson Cesar Sousa, comenta que desde quando o ser humano enviou o primeiro satélite para o espaço, em 1957, muitos objetos passaram a orbitar na atmosfera da Terra. “Vários deles, após cumprirem sua missão, ficam orbitando o planeta e eventualmente reentram na atmosfera. Estima-se que mais de 4.000 satélites já tenham sido colocados em órbita, e que haja cerca de 300 milhões de resíduos orbitando a Terra”, destaca.
Os resíduos são lixo espacial, tais como pedaços de satélites/foguetes, ferramentas, luvas e outros objetos usados em missões no espaço. A grande maioria são muito pequenos, e queimam totalmente na atmosfera, sem chegar ao solo.
(Vandré Dubiela/Sou Agro, com agências)