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AGRICULTURA

Preços da soja e milho não param de cair; StoneX explica

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | E os preços das sacas da soja e do milho não param de cair na região oeste e no Paraná como um todo. Para entender melhor as principais causas desse momento no mercado, o jornalista Vandré Dubiela, do Portal Sou Agro, conversou com o consultor em gerenciamento de risco da StoneX, Leonardo Martini Lima, de Maringá.

Há cerca de duas semanas, a saca da soja atingiu o histórico patamar de R$ 201. Hoje, as cotações já mostram outra realidade, com a saca comercializada R$ 181, perfazendo uma queda de 10%. Com o milho, não é diferente. De R$ 97 a saca em 11 de março, hoje está em R$ 85, queda de 12%.

“Alguns dos fatores responsáveis pela alta considerável nos preços a alguns dias atrás foram a quebra a recorde na safra de grãos nos estados da região sul e o fator guerra, trazendo os preços do mercado internacional a patamares não observados há 10 anos”, explica Leonardo Lima. Entretanto, o panorama tem sido outro nestes últimos dias. “Agora, principalmente no cenário interno, as colheitas começaram a avançar nas regiões, favorecidas pela situação climática favorável, mesmo ainda com a guerra ocorrendo no leste europeu. Com a safra avançando, há também uma maior oferta de produtos no mercado”.

Leonardo Martini Lima, consultor da StoneX
Leonardo Martini Lima, consultor da StoneX

Os preços nos portos também alcançaram um nível recorde, comprometendo a competitividade da soja brasileira. “Houve uma migração da demanda do Brasil para os Estados Unidos, uma vez que a soja americana ficou tão competitiva quanto a brasileira”, analisa o consultor da StoneX. E esse movimento de mercado interno em relação aos grãos, tanto na exportação, começou a fazer pressão sobre os preços das principais commodities, forçando para baixo as cotações, conforme Leonardo Lima.

 

 

Essa quebra abrupta dos preços provoca ainda o efeito manada, levando o agricultor a acelerar suas fixações e comercializando seus produtos, derrubando ainda mais os preços. E esse preço pode cair ainda mais nos próximos dias, principalmente entre 30 de março e 30 de abril, datas em que o produtor tem bastante contas para pagar.

O consultor da StoneX acredita que essa cotação ficará orbitando por um bom tempo na casa dos R$ 180 a saca da soja. “A queda no câmbio é outro ponto influenciador nos preços. Vamos ter cotação um pouco mais pressionada em abril, período intenso da entrada de mercado e fixação dos produtores”. A retomada dos valores a preços históricos deve levar mais um tempo, devendo ocorrer no segundo semestre.

 

 

O milho e a queda do câmbio

A cotação do milho tem sentido o mesmo reflexo, consequência da queda do câmbio e da entrada da safra de verão de milho e dos volumes apresentados por Minas Gerais e São Paulo, com expectativa de safra cheia. “O produtor tem vendido mais milho do que soja, fazendo bons negócios mesmo com o milho remanescente da safra passada”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Fotos: Arquivo pessoal e Agência Brasil

(Vandre Dubiela/Sou Agro)