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PIB da agropecuária recua; saiba os motivos
#souagro | O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira o avanço do PIB em 4,6% no ano passado, superior às perdas de 2020, ano do primeiro ano da pandemia do novo coronavírus cujo PIB foi de 3,9%. Em contrapartida, a agropecuária recuou 0,2%, como consequência do longo período de estiagem e das geadas severas registradas nas principais regiões produtores do Brasil.
Mesmo com a evolução anual da produção de soja, em 11%, culturas importantes registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como por exemplo a cana-de-açúcar, com -10,1%; o milho (-15%) e o café, com -21,1%. Por sua vez, o baixo desempenho da pecuária é atribuído à redução nas estimativas de produção de bovinos e leite. Essas informações são da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Sobre o dado do trimestre, apresentando avanço de 0,5%, a expectativa do mercado era de uma alta de 0,1% de outubro a dezembro, em relação aos três meses. O resultado do quarto trimestre apresentou alta de 0,5% em relação ao mesmo período de 2019, ou seja, antes da pandemia.
O dado positivo do quarto trimestre mostra uma melhora em relação aos trimestres anteriores, quando o Brasil entrou na chamada recessão técnica, caracterizada por duas quedas consecutivas do PIB. Já o PIB per capita alcançou R$ 40.688 no ano passado, um avanço de 3,9% em relação ao ano anterior, quando caiu 4,6%.
Os dados do IBGE mostram que o setor de serviços conseguiu engatar recuperação no último trimestre do ano, acumulando alta de 4,7% em 2021. Já a indústria registrou crescimento de 4,5%. Juntos os dois setores representam 90% do PIB do país. A agropecuária recuou 0,2% no ano passado.
IBGE destaca que todas as atividades que compõem o setor de serviços tiveram avanço em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que, após cair 6,3% em 2020, subiu 9,7% em 2021. Após ter recuado 5,4% e 4,5% nos dois anos anteriores, respectivamente, o consumo das famílias avançou 3,6% em 2021. O do governo, 2%.
(Vandré Dubiela/Sou Agro, com agências)