AGRICULTURA
O que esperar para a segunda safra? CNA debate condições do clima
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu a live “Agropecuária e Clima: o que esperar para a segunda safra?”.
O encontro foi moderado pelo coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, e contou com a participação do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Francisco de Assis Diniz; da superintendente de Informações Agropecuárias da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Candice Mello Romero Santos; e do diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola.
Segundo Maciel Silva, as adversidades climáticas vêm castigando o produtor brasileiro nos últimos anos. Excesso de chuvas, déficit hídrico e o fenômeno La Niña afetaram o rendimento das safras e trouxeram fortes prejuízos para culturas como soja, milho 1ª safra e feijão 1ª safra.
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Diante desse cenário, as projeções de produção vêm sendo frequentemente revistas para baixo. O último levantamento da Conab para a safra 2021/22 estima uma produção de 265,7 milhões de toneladas, 25,4 milhões a menos que as estimativas feitas em dezembro de 2021.
“O prejuízo dos produtores rurais com a quebra de safra de grãos soma, até o momento, R$ 91,85 bilhões. Em termos de volume, a redução do potencial é de 29,9 milhões de toneladas por conta das adversidades climáticas”, afirmou.
O meteorologista do Inmet falou sobre as perspectivas climáticas para as próximas semanas, principalmente para a segunda safra. Francisco Diniz também analisou dados do monitoramento de chuvas, temperaturas, previsões de médio e longo prazo e a situação do fenômeno La Niña.
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Candice apresentou os números do último levantamento da safra 2021/2022, divulgado pela Conab no dia 10 de março. Ela trouxe informações sobre a produção brasileira de grãos (soja, milho, arroz, trigo, feijão e algodão) e avaliou os impactos do clima para o rendimento das safras.
O diretor do Ministério da Agricultura fez um panorama sobre as contratações de seguro rural e destacou as ações previstas para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) em 2022. Outro ponto reforçado por Loyola foi a importância desses instrumentos para a gestão de risco da agropecuária.
“As duas opções do produtor são reter o risco 100% e apostar contra o clima ou compartilhar parte do risco adquirindo uma ferramenta de mitigação de perdas, ou seja, o seguro agrícola. Uma coisa é certa: o produtor do futuro que não fizer gestão de risco, não ficará na atividade”, disse.
(Fonte: CNA)