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AGRICULTURA

Nova cultivar de capim melhora produção leiteira

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Cada nova cultivar criada chega para melhorar a vida do produtor rural, é o caso do capim Brachiaria ruziziensis Integra, da Embrapa Gado de Leite. Uma novidade que foi desenvolvida para as condições de solo e clima no Brasil e recebeu o nome de BRS Integra por se destinar aos sistemas de integração lavoura, pecuária e florestas (ILPF).

Aroldo Queiroz é difusor de tecnologias da Embrapa Gado de Leite e segundo ele a novidade é uma boa alternativa para os produtores: “É um novo material pra formação de palhada e eventual pastejo na produção de leite. Esse material, a integra é uma Brachiaria ruziziensis alternativa a que está no mercado que é a Brachiaria Kennedy”, detalha Aroldo.

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Nova cultivar de capim melhora produção leiteira

 

 

O capim BRS Integra tem melhores resultados que a cultivar atual do mercado, além disso a Kennedy não foi desenvolvida especificamente para as condições de solo e clima brasileiras e mesmo  tendo boa adaptação às diferentes condições ambientais do País, a cultivar Kennedy apresenta menor produção de forragem se comparada a cultivares de outras espécies de braquiária: “Essa Integra ela produz cerca de 30% a mais de massa de forragem ou para produção de palhada. De qualquer forma é um material de alto valor nutritivo, uma proporção de folhas e talo superior a Kennedy proporcionando então uma produção de leite superior a da braquiária que está no mercado. A Integra ela também tem uma qualidade de fibra que permite uma deposição de matéria orgânica superior da atual Kennedy”, explica Aroldo.

 

Recomendações da Embrapa para o cultivo da BRS Integra

Composta por plantas vigorosas, de porte médio, com altura entre 80 cm a 110 cm, a BRS Integra possui boa capacidade de cobertura do solo e o crescimento tende a ser ereto. Suas folhas possuem o terço final arqueado e medem em média 25 cm (comprimento) e 1,5 cm (largura). A planta apresenta colmos finos e alta taxa de perfilhamento tanto basal como axilar (perfilhos aéreos). No campo experimental da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco (MG), o florescimento ocorre nos meses de fevereiro e março e a maturação das sementes, em abril e maio. Comparativamente à cv. Kennedy, a produção de forragem total e palhada da nova cultivar no outono/inverno (período seco em boa parte do País) é maior. Indicada para o Bioma Mata Atlântica, a BRS Integra se adapta a solos de média a alta fertilidade, podendo ser cultivada desde o nível do mar até 1.800 metros de altitude.

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Os pesquisadores recomendam evitar o plantio em áreas de várzeas úmidas ou sujeitas a alagamentos. Se a semeadura for exclusiva, ou seja, para a formação do pasto, o solo deve ser preparado de forma convencional, efetuando-se arações e gradagens, conforme a necessidade e condição do terreno. Na semeadura, é necessária atenção especial no controle de plantas daninhas para não comprometer o estabelecimento e a longevidade da pastagem. No caso de plantios consorciados, nos sistemas integrados de cultivo, a semeadura poderá ser realizada concomitantemente às lavouras. Outra forma é realizar o plantio, com um atraso de alguns dias em relação à lavoura, a fim de evitar ou reduzir a competição inicial com ela e, ainda, por meio da sobressemeadura próxima à colheita da lavoura.

 

– Calagem – deve ser realizada com antecedência mínima de 60 dias em relação à data prevista para a semeadura, com base nos resultados da análise de solo, visando alcançar 50% de saturação por bases, utilizando-se de calcário dolomítico, nas condições de baixo teor de Mg+2 aplicado antes da aração do solo, aumentando assim, a eficiência na correção da acidez.

– Adubação de estabelecimento ou de plantio – precisa ser baseada nos resultados da análise de solo. Nas condições tropicais, os maiores limitantes em relação à fertilidade do solo estão relacionados aos baixos teores de fósforo e à acidez dos solos. Sendo assim, recomenda-se apenas a aplicação de adubação fosfatada, na base de 100 kg/ha de P2O5, distribuídos no fundo dos sulcos, ou a lanço. A aplicação do potássio deverá ser realizada quando o teor de potássio trocável no solo for inferior a 50 mg/dm3, numa dose de 80 a 100 kg/ha de cloreto de potássio (KCl).

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– Adubação de manutenção/cobertura – deve ser realizada 60 dias após a semeadura, sendo recomendada a aplicação de 200 kg de N e K2O e 50 kg de P2O5 por hectare/ano, fracionadas em três aplicações iguais, (início, meio e fim da época chuvosa). O adubo fosfatado poderá ser aplicado de uma única vez no início da estação chuvosa. As adubações devem ser realizadas ao longo da estação das águas, quando as condições de umidade do solo forem favoráveis.

– Semeadura – A semeadura pode ser realizada tanto com máquinas quanto a lanço, utilizando sementes de alta qualidade entre dois a dez quilos/ha de sementes puras viáveis.  Quando o propósito é a semeadura direta, visando apenas a produção de palhada, normalmente recomenda-se menores quantidades de sementes. Semeaduras à lanço requerem maiores quantidades de sementes, que devem ser aumentadas quando o objetivo for a formação e o estabelecimento rápido de uma pastagem.

– Cigarrinhas-das-pastagens – A BRS Integra é suscetível às cigarrinhas-das-pastagens, assim como a cv. Kennedy.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)