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Seca gera prejuízo de R$ 115,7 bilhões ao RS

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Um prejuízo bilionário, é isso que a seca que afeta o Sul do Brasil deixou na economia do Rio Grande do Sul. Os resultados foram apresentados durante um encontro nesta quinta-feira (24) na sede da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), em formato híbrido, com a participação do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor.

O levantamento apresentado na reunião demostra o tamanho das perdas causadas pela seca no estado. O economista-Chefe do Farsul, Antônio da Luz, foi quem apresentou os dados: “Este choque vai reverberando em toda economia. Dos 67 setores que a formam, 63 são afetados diretamente. A perda equivale a 4,31 vezes a capacidade de armazenamento da Fecoagro. No total, serão R$ 115,7 bi a menos, uma queda de 8% do PIB”, explicou.

 

Os resultados foram muito lamentados pelos participantes do encontro. O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, fez um comparativo com a safra anterior que obteve ótimos resultados: “Ano passado alcançamos o posto de segundo estado produtor de alimentos, neste devemos cair para quarto. Temos que negociar para reduzir as perdas e ainda teremos um Plano Safra reduzido. Além disso, os custos aumentaram 50% e agora a Rússia invade a Ucrânia podendo impactar nos preços dos fertilizantes”, detalha.

A expectativa é que a safra de inverno seja favorecida pelas previsões de uma manutenção do fenômeno climático La Niña até o final do ano. Além disso, o surgimento de um conflito no Leste Europeu pode impactar no preço do trigo.

 

A busca por soluções

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) atua na busca por soluções para os estados afetados pela seca ou pelo excesso de chuvas. Segundo o diretor Técnico, Bruno Lucchi, a estimativa da CNA é que sejam necessários entre R$ 2,9 bi e R$ 3 bi para o Plano Safra. O desafio está em conseguir esses recursos. Mas para que isso se concretize, duas ações estão em foco.

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A primeira é a sensibilização do relator-geral do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira para a recomposição do orçamento do crédito rural. A outra é uma Medida Provisória para crédito suplementar que não fure o teto de gastos.

 

Já o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Bastos Filho, afirma que a principal atuação está em conseguir realocar valores de outros ministérios para garantir recursos que cubram as renegociações e viabilizem o crédito para a próxima safra.

O Governador Eduardo Leite lamentou a situação do estado. Ele reconheceu os esforços feitos pelo Mapa junto ao Ministério da Economia para reduzir as perdas dos produtores. “Isso que a gente quer, a sobrevivência para a próxima safra”, garantiu.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro com Farsul)

(Débora Damasceno/Sou Agro)