Boletim Climático
Previsão do tempo indica risco para a segunda safra
#souagro| O cenário da previsão do tempo não é bom para algumas culturas, o milho safrinha é uma delas. Com a La Niña se arrastando para pelo menos até o fim do ano, 2022 indica que será muito desafiador quando se fala em questões climáticas. Pelo menos é o que indica as previsões atuais, segundo o engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho.
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- Internet de alta velocidade a produtores rurais do Brasil
- Colheita do milho supera a da soja no Paraná
ALERTA
A previsão do tempo com os dados atuais trouxe alerta: “Chuva muito irregular no Cone Sul o Nordeste a estação chuvosa começou cedo e deve terminar tarde e provavelmente teremos o quê? A
maior parte do período tem chuva. Momentos curtos em que a chuva fica mais do que reduzida. O Nordeste que é o contrário do sul tem períodos mais longos de chuva com períodos curtos em que a chuva some. No sul, períodos longos sem chuva e período curtos em que a chuva vem com gosto. Aqui no sul o predomínio maior é o tempo seco, eventualmente tem períodos de chuva forte. Eu torço que entre entre meados de maio, junho ou meados de junho, julho, em algum momento dentro desse período a gente possa ter algum episódio de chuva que possa ser significativa por uma, duas ou três semanas, mas nenhum modelo está dando isso”, explica Coutinho.
RECOMENDAÇÕES PARA O PLANTIO
Coutinho ressalta que a recomendação para o plantio se mantém a mesma do ano passado, escalonamento de plantio: “Não tem escolha, ou tu faz isso ou tu corre o risco de perder tudo ou ganhar tudo.
Teve um produtor no Paraná que pegou uma soja mais rústica de ciclo longo e se deu bem. Quem escolheu soja de ciclo curto, maioria entrou pelo cano. Porque a soja de ciclo longo consegue aguentar o tranco. Ah mas e depois eu tenho que plantar o milho. Porque tu não planta soja e milho paralelo? Porque a pessoa perder três épocas de plantio é muito difícil. Um ela vai conseguir sair bem, o outro não. O milho safrinha já é mais complicado, porque não é época de plantar, então já estão arriscando. Se plantar mais cedo, ele pode não pegar geada, mas aí tem o problema da estiagem. Se plantar no meio, ainda consegue. Se plantar muito tarde, aí ele tem problema da estiagem e da geada”, detalha Coutinho.
PREVISÃO DEMONSTRA ALTO RISCO
Esse ano o milho safrinha é uma lavoura de alto risco, é interessante fazer o seguro para tentar garantir um pouco de cuidado nesse sentido: “Principalmente quanto mais próximo do oeste e pro sul da região sul. Então o sul do Paraguai o extremo sul do Mato Grosso do Sul, Oeste e Sudoeste Paraná, são as regiões que tem mais risco. Não duvido que a gente não tenha uma onda de frio forte entre a segunda quinzena de abril e primeira quinzena de maio é muito comum numa situação dessa facilitar a entrada de um frio muito forte além do que, é o normal nessa época e trazer já algum prejuízo. Se ele vier aí não tem jeito, tanto faz tu plantar ou não, tu vai ter problema. O trigo, mesma situação plantou cedo, plantou no meio, plantou tarde, vai ter problema, a não ser quem quiser plantar muito tarde, casa e Campos Novos, eh Guarapuava, Crivelândia, a região de Lagoa Vermelha aí plantar o mais tarde que conseguir, por quê? Porque provavelmente essas regiões vão ter geada com potencial de danos até o final de setembro, comecinho de outubro. Então, tentem plantar o mais tarde possível o trigo pra evitar esse problema. A chuva ainda ainda é contornável a não ser que seja excessiva o que é difícil de acontecer, mas se vier a geada ela faz uma limpa bem interessante. Então no momento é uma safrinha problemática e um início de safra 2022/2023 com um problema grande, principalmente em função do nosso atlântico que tá se desenhando um atlântico nemhum pouco favorável a chuva e isso pode impactar também no setor elétrico mais lá na frente”, finaliza Coutinho.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)