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AGRICULTURA

Nitrato de amônio: saiba o reflexo da decisão russa no Brasil

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | Se o cenário não está lá dos melhores para a agricultura, em virtude de uma sequência de fatores climáticos adversos, a tendência é a de ficar um pouco mais complicado. Entre os fatores, consta a decisão da Rússia interromper a exportação de nitrato de amônio, produto químico utilizado no campo como fertilizante. A Rússia justifica a decisão como forma de preservar a demanda doméstica do país. A exportação está prevista para transcorrer ao longo dos próximos dois meses.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Andrey Belousov, argumenta que se trata de uma medida temporária e o volume restante poderá ser exportado a partir de 2 de abril, momento em que as empresas russas vão receber o nitrito de amônio no montante necessário, com a demanda no mercado doméstico atingido o patamar mais elevado.

O presidente da FEAPr (Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná), engenheiro agrônomo Clodomir Ascari, confirma que o Brasil sentirá sim, o impacto principalmente em culturas essencialmente dependentes desse produto, como é o caso do café e da cana-de-açúcar. “As outras culturas, muito embora não utilizam essa fonte de forma prioritária, também devem afetas outras fontes nitrogenadas”. A questão é que esse produto químico necessita de gás para ser produzido, por isso a Rússia adotou essa postura protecionista. “E não tendo nitrato, outras fontes nitrogenadas acabam subindo e encarecendo ainda mais o custo da produção”. No fim das contas, tudo impacto no custo do alimento e acaba sobrando para o consumidor. “A expectativa é de que essa decisão seja realmente transitória”, comenta Ascari. O Brasil consome 95% deste produto de origem russa.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)