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Internet de alta velocidade a produtores rurais do Brasil

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

O Brasil poderá utilizar os serviços da internet dos satélites Starlink, da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk. A novidade vem após a aprovação unânime do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações, que dá à empresa direito de exploração até 28 de março de 2027 e, assim, amplia a oferta de serviços de transmissão de dados no país.

Durante a reunião, o presidente substituto da Anatel, Emmanoel Campelo de Souza Pereira, deferiu o pedido da empresa e permitiu a exploração do espaço brasileiro. O pedido da companhia tinha passado por um processo de pedido de vistas, ou seja, os diretores da agência brasileira pediram mais tempo e documentos para analisar o processo.

“É do interesse da empresa o provimento de acesso de internet banda larga distribuída em todo o território brasileiro. O que certamente será bastante oportuno para escolas, hospitais e outros estabelecimentos localizados em regiões rurais remotas”, disse o presidente substituto.

A médio prazo, a subsidiária da SpaceX deve colocar em órbita 4.408 satélites, segundo o processo. A representante brasileira da norte-americana se chama Starlink Brazil Holding Ltda., que poderá explorar o espaço brasileiro até 28 de março de 2027.

Antes mesmo da concessão, em fevereiro do ano passado, a empresa já estava oferecendo um pré-cadastro para brasileiros. O serviço, que custava US$ 99 na época (cerca de R$ 534 na cotação atual), deve ganhar valores na moeda local em breve.

“Pela relevância da agropecuária para a economia, acreditamos que a priorização da conectividade no meio rural vai gerar benefícios para todo o País, tendo em vista que o setor é responsável por 43% das exportações brasileiras, emprega 44% da mão de obra e é responsável por mais de 20% do Produto Interno Brasileiro”, disse o coordenador técnico do Instituto CNA, Joaci Medeiros.

Na avaliação do coordenador, a falta de conectividade é um dos principais gargalos enfrentados pelo agro. “Dos mais de 5 milhões de estabelecimentos rurais existentes no Brasil, cerca de 72% são propriedade offlines, ou seja, não têm qualquer tipo de conexão. Nem mesmo aquelas mais simples, como chamada de voz”, observou.

De acordo com a Starlink, enquanto grande parte dos serviços de internet por satélite atualmente usam satélites geoestacionários simples, que orbitam o planeta a aproximadamente 35 mil km de altitude, a companhia se diferencia por se tratar de uma constelação com vários pequenos satélites que orbitam o planeta a uma distância próxima da Terra de 550km.

Sendo assim, como os satélites estão em baixa órbita, o tempo para o envio e recepção de dados entre o utilizador e o satélite, conhecido como latência, será muito menor do que os atuais satélites que estão em órbita geoestacionária a 35 mil km de altitude.

Além disso, a constelação fica em movimento durante todo o dia, sendo assim, o sinal da Starlink poderá chegar primeiro às regiões mais remotas do planeta.

A Starlink promete que a velocidade para receber arquivos será de 100MB. O que seria equivalente a uma boa conexão atual feita com smartphone. Já o envio de dados chegará aos 20MB. No entanto, quando sua rede estiver completa, com mais de 7 mil satélites, a ideia da empresa será oferecer internet de até 1GB.

Vale lembrar que para utilizar a Starlink os assinantes precisam instalar uma antena em formato circular ou retangular, e o equipamento deve ficar direcionado para o céu e sem obstáculos.

O kit de instalação, com antena e roteador nos EUA não sai por menos que US$ 499, o que na cotação atual chega a mais ou menos R$ 2.689. E os planos ativos custam a partir de US$ 99 por mês (R$ 532).

(Sou Agro, com Agrolink)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)