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Falta de dessecante coloca produção de alimentos em risco, diz Aprosoja

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

A multinacional Bayer, líder do produto, emitiu nota nesta semana colocando em dúvida se entregará ou não o glifosato, o que põe em risco a produção de alimentos no mundo, especialmente no Brasil. O produtor, nesse cenário, se pergunta: será que teremos glifosato?

Depois de constatar o cancelamento de entregas de Diquat e Atrazina, agora o produtor de grãos também não tem garantias de que receberá o herbicida glifosato. Isto porque a Bayer emitiu nota dirigida ao mercado global de glifosato, relatando problemas mecânicos em uma das indústrias fornecedoras de matéria prima, e que isso poderia atrasar em três meses as entregas programadas.

 

É importante destacar que, além de líder na produção de glifosato, a gigante alemã também fornece matéria prima intermediária e o próprio produto técnico para diversas outras empresas de defensivos que vendem glifosato aos produtores.

Agora é preciso lançar mão de medidas emergenciais que reduzam os impactos da falta de herbicidas no mercado brasileiro. É preciso liberar a importação de herbicidas disponíveis no Mercosul, para estes produtos que têm registro no Brasil.

 

O governo tem que estar atento e acelerar o registro de empresas que possuem produto pronto para formular e entregar, mas que não têm registro no país, embora seja um defensivo genérico. Salientamos inclusive que muitas das fontes de matéria prima que essas empresas estão submetendo no pedido de registro já foram aprovadas para outras empresas pelos órgãos responsáveis.

E não é mais possível protelar a aprovação do PL de Defensivos, que resolveria a maioria dos problemas de racionalidade no sistema de registro desses produtos. Os senadores precisam se inteirar da importância da matéria e avaliarem com a seriedade e a atenção devida. Não podemos aguardar outra legislatura. A matéria está há mais de 20 anos em tramitação.

Por fim, as empresas precisam honrar com o cumprimento dos contratos e pedidos e, se não conseguirem, devem arcar com os prejuízos dos produtores, que já têm outros riscos de preço e clima afetando diretamente seus negócios, comprometendo as safras e impactando diretamente o preço dos alimentos para o consumidor final.

 

(FONTE: Aprosoja)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)