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AGRICULTURA

Soja: saiba como estão as expectativas de safra

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

A safra brasileira de soja deverá apresentar, na temporada 2021/22, crescimento na área plantada de 3,7% em comparação à safra anterior, atingindo 40.351,7 mil hectares, enquanto a produção passará a atingir 142.789,9  toneladas, um aumento de 4% em relação à safra 2020/21. A questão climática no Brasil, que comprometeu o desempenho das safras e que tanto preocupou o produtor rural na safra passada, em contraposição ao quadro atual, é apontada como um dos fatores determinantes para as expectativas otimistas da safra 2021/22.

Externamente, os preços apresentam tendência de crescimento graças ao movimento de recomposição dos estoques por parte de diversos países e ao aquecimento da demanda por grãos, principalmente os destinados para ração animal. Este cenário dá suporte ao otimismo observado nesta temporada. No fim de novembro, 91,5% das lavouras já haviam sido semeadas no país.

 

OFERTA E DEMANDA

A Conab estima um aumento de produção para a safra 2021/22, que passa de 142,01 milhões de toneladas para 142,79 milhões de toneladas. Para a safra 2020/21, a produção permanece em 137,32 milhões de toneladas, todavia para aquela safra foi realizada a alteração no número de exportações, ocasionado por um aumento de exportação em novembro de 2021 e uma programação de embarques elevado para dezembro de 2021. Dessa maneira, as exportações de 2021 deverão ser 85,79 milhões de toneladas.

Ainda para safra 2020/21, a Conab estima um aumento da estimativa de exportações de óleo de soja, que passa de 1,4 milhão de tonelada para 1,66 milhão de tonelada, o motivo do aumento foi o firme volume exportado de novembro de 2021 e expectativa de elevada exportação em dezembro do mesmo ano. Usualmente não é esperado um aumento significativo de exportação de óleo de soja nos últimos dois meses do ano civil, todavia, com a redução da mistura de biodiesel esperada de B13 e B14 para os meses de novembro de 2021 e dezembro de 2021, as indústrias elevaram suas exportações contrapondo a expectativa de uso interno para biodiesel.

 

E, assim, com a expectativa de aumento da expectativa de exportação de óleo de soja para a safra 2020/21, os esmagamentos deverão ser de 48,38 milhões de toneladas, e os estoques finais deverão ser de 4,48 milhões de toneladas.

Para a safra 2021/22, além do aumento de estimativa de produção, há uma alteração de estimativa de uso de óleo de soja que era estimado como B11 (média de 2021) e passa para B10 em 2022, por este motivo, o consumo de óleo de soja passa de 8,58 milhões de toneladas para 8,12 milhões de toneladas. Motivado ainda pela redução de consumo interno, as exportações de óleo de soja também sofrem alterações, passando de 1,1 milhão de toneladas para 1,53 milhão de toneladas na safra 2021/22.

 

Sendo assim, a estimativa de esmagamentos, para a safra 2021/22, passam a vigorar com o número de 48,48 milhões de toneladas, antes 47,05 milhões de toneladas. A estimativa de exportação também sofre alteração, passando de 89,92 milhões de toneladas para 90,67 milhões de toneladas, motivada pelo aumento da estimativa de produção para a safra 2021/22. Com isto, o estoque final da safra 2021/22 passa de 9,29 milhões de toneladas para 5,29 milhões de toneladas, motivado principalmente pelas alterações de esmagamento e exportações em 2021.

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Balanço de oferta e demanda – soja – em mil T

 

REGIÃO SUL

O clima mais chuvoso em outubro atrasou um pouco o plantio, ocorrendo em algumas regiões encharcamento do solo, ventos fortes e granizo, com a necessidade de replantio em algumas áreas. A produção recorde regional alcançada na safra 2020/21 e manutenção dos suportes dados pelo mercado, as informações levantadas junto aos produtores dão conta do incremento da área plantada em 2,1% em relação à safra anterior, atingindo 12.640,4 mil hectares.

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Paraná

O clima mais seco em novembro permitiu o avanço quase total da semeadura. Em áreas plantadas mais cedo, nos estádios de floração/ frutificação, já apresentam alguns danos, afetados pelo clima de outubro. Das áreas plantadas cerca de 97% se encontram entre os estágios de germinação e frutificação, e 95% das lavouras se encontram em boas condições. Neste terceiro levantamento foi observada a manutenção da área em relação à safra passada, a despeito dos bons preços. Nesta safra as vendas antecipadas têm sido pouco relevantes, pois no ciclo anterior os produtores se frustraram por terem comercializado a produção a preços bem inferiores àqueles que viriam a ser praticados.

Santa Catarina

Dando sequência à tendência observada há anos, a área explorada com a soja continua a expandir-se, ocupando o espaço antes dedicado ao reflorestamento e às pastagens cultivadas ou nativas. Para este ciclo espera-se um crescimento de 4,3%, alcançando 726,2 mil hectares semeados, já tendo sido implantados 81,56% da área. Cerca de 90% da área semeada se encontra em boas condições, 8,6% em condições apenas regulares e 1,4% em condições ruins. Encontram-se 17% no estágio de germinação, em desenvolvimento vegetativo 69,66% e em florescimento 13,20%.

 

De modo pontual, algumas lavouras precisaram ser ressemeadas devido às chuvas intensas que propiciaram a formação de uma camada resistente à germinação. A redução das chuvas em novembro não teve impacto significativo no desenvolvimento das lavouras, tem exigido maior atenção com as pragas, em especial, com as lagartas.

Rio Grande do Sul

Após as chuvas do final de outubro, a semeadura disparou em novembro, atingindo 68% da área prevista no final de novembro, e deve seguir muito rápido até a finalização. Atualmente, 67% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 33% em germinação. A germinação, no entanto, tem sido comprometida em vários locais, especialmente nas lavouras semeadas mais recentemente devido à falta de chuvas durante o mês atual, podendo retardar a finalização da semeadura, caso não chova nos próximos dias.

Há diversos relatos de falhas na germinação e estabelecimento, em alguns casos, necessitando ressemeadura. Muitos produtores têm semeado em solo seco, esperando pelas chuvas, enquanto outros têm escalonado e semeado com qualquer chuva, por menor que seja. Ainda é cedo para qualquer alteração em produtividade, dado que muito ainda pode acontecer na safra atual. Por outro lado, há expectativa de crescimento na área de 3,7%, passando para 6.279,2 mil hectares nesta safra. Essa expansão tem se dado ano após ano, e tem sido maior na região da chamada metade sul do estado, caracterizada pelo cultivo de arroz irrigado e produção agropecuária. De acordo com o Irga, a área de soja em rotação com o arroz irrigado, já corresponde a quase 50% da área de arroz.

 

(FONTE: Conab / FOTO: Embrapa)

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)