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Sindicato Rural repudia campanha do Bradesco sobre consumo de carne

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| O Sindicato Rural Patronal de Cascavel repudiou a campanha do banco Bradesco que falava sobre o consumo de carne e pede que o banco se retrate.  Na publicidade para falar de uma ferramenta para calcular a emissão de carbono, apareciam três jovens que dão dicas para reduzir os impactos ao meio ambiente. Uma dessas dicas era sugerindo a redução do consumo de carne aderindo a “Segunda sem carne”, dando a entender que a pecuária de corte contribui para emissão dos gases de efeito estufa.

Mas a campanha não foi bem vista por várias entidades do agronegócio brasileiro, muitos representantes repudiaram o vídeo, inclusive o Sindicato Rural de Cascavel. A carta de repúdio da entidade diz o seguinte: “O Sindicato Rural de Cascavel, representante dos produtores rurais de Cascavel pública sua indignação com a instituição financeira Bradesco, autora de uma campanha publicitária intitulada “Carbono Neutro consumo de carne bovina sob justificativa de que a pecuária de corte contribui para emissão dos gases de efeito estufa. O agro brasileiro é responsável por mais de 20 milhões de empregos, alimenta 1,5 bilhão de pessoas e gera, a partir do cultivo da terra, mais de 1/3 do PIB de nosso país. O Brasil pratica o plantio direto economizando água e impedindo a emissão de metano na produção de alimentos em larga escala, além de criar o boi verde.”

 

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Imagem do vídeo da campanha sobre redução do consumo de carne

 

“Possuímos o maior rebanho pecuário do mundo, são cerca de 220 milhões de cabeças, o que garante a nossa soberania alimentar e a de todas as nações para as quais exportamos. E fazemos tudo isso preservando quase 60% de nosso território com florestas originais e plantadas! Incentivar o não consumo sustentabilidade é atacar, sem escrúpulos, o trabalho de milhares de profissionais que se esforçam, diariamente, para manter as famílias se alimentando e o país em desenvolvimento de forma sustentável!”, diz ainda a carta do sindicato.

 

Ainda segundo a manifestação do sindicato, a campanha ignora a evolução da ciência e do esforço dos produtores, já que as práticas do agro são constantemente atualizadas para diminuírem emissão de carbono na terra, sobretudo na atividade pecuária, onde o praticamente zera a emissão dos gases efeito estufa.

Com a repercussão nacional negativa que a campanha teve, o banco retirou a campanha do ar e publicou o seguinte pronunciamento:

CARTA ABERTA AO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO – BANCO BRADESCO

Ao longo de seus quase 79 anos de história o Bradesco apoiou de forma plena o segmento do agronegócio brasileiro, estabelecendo parcerias sólidas e produtivas. Tal opção é baseada em sua crença indelével nesse segmento enquanto vetor de desenvolvimento social e econômico do país.

 

Contudo, nos últimos dias lamentavelmente vimos uma posição descabida de influenciadores digitais em relação ao consumo de carne bovina, associadas à nossa marca. Importante dizer que tal posição não representa a visão desta casa em relação ao consumo da carne bovina.

Pelo contrário. O Bradesco acredita e promove direta e indiretamente a pecuária brasileira e por conseguinte o consumo de carne bovina. Diante do ocorrido, medidas foram imediatamente tomadas incluindo a remoção do conteúdo de ambiente público, e, além disso, ações administrativas internas severas. Dessa forma, reiteramos nossa lamenta pelo ocorrido e reforçamos mais uma vez nossa crença irrestrita na pecuária brasileira.

 

SINDICATO RURAL QUER RETRATAÇÃO

Mesmo com a carta publicada pelo banco, o Sindicato Rural Patronal de Cascavel e vários outros órgãos ligados ao agronegócio querem uma retratação das informações: “A disseminação de informações falsas é uma atitude bastante irresponsável do Banco Bradesco, uma instituição gigante em tamanho e influência. Apesar de ter se desculpado, certamente causou muitas dúvidas na população. O mais correto agora será a elaboração de uma campanha esclarecendo a verdade sobre o assunto. ” diz a carta assinada pelo presidente do Sindicato, Paulo Orso.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)