AGRICULTURA
Seca castiga estados do Sul e perdas já são inevitáveis
#souagro | Seca castiga: a produção agropecuária é a espinha dorsal da economia de três estados estratégicos para a economia do Brasil. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, se aproximaram do fim de mais um ano enfrentando sérios problemas relacionados à estiagem e escassez hídrica, em um momento decisivo para as culturas ainda presentes no solo, principalmente soja e milho nos estados.
No Paraná, a semeadura da soja está praticamente finalizada, com o cultivo estimado em 5,57 milhões de hectares, realidade verificada no mesmo período do ano passado. Porém, a situação climática é preocupante, com locais sem um pingo de chuva a mais de 30 dias. É o caso dos municípios localizados na costa oeste paranaense, margeadas pelo lago de Itaipu e de Palotina, Terra Roxa, Maripá, Assis Chateaubriand e municípios circunvizinhos. Outro ponto agravante foram as altas temperaturas registradas no período diurno nas principais regiões produtoras.
De acordo com informações do Deral (Departamento de Economia Rural), ligado à Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), 7% da área total de milho está em fase de frutificação. Trata-se de um período importante em relação as condições do tempo. E é por isso que a atenção é redobrada em determinadas regiões do Paraná, por conta da carência de umidade no solo para o bom desenvolvimento da planta.
O drama aumenta quando a meteorologia sequer acena com a possibilidade de chuvas mais robustas até o fim deste mês. A nebulosidade impera no centro e Norte do Brasil, com a existência de um corredor de umidade elevado de chuvas para essas regiões nos próximos dias. A tendência é de reposição da água no solo no Norte, Nordeste e em determinados pontos de Minas Gerais. Para o Mato Grosso do Sul, parte de São Paulo e região Sul do País, chuva ainda é algo muito remoto de ocorrer neste mês, aumentando a preocupação no campo. A seca também castiga as principais regiões produtoras do nosso vizinho Paraguai. A terra seca impede o desenvolvimento das culturas no solo.
No Rio Grande do Sul, o Instituto Nacional de Meteorologia indica que, entre 1961 e 1990, a maior parte daquele Estado registrava, em média, entre quatro e oito períodos anuais superiores a 10 dias sem precipitação. Entre 1981 e 2010, esse patamar se elevou para seis a nove episódios. Neste ano, a previsão de um fenômeno La Niña deverá manter a precipitação abaixo do normal.
O mercado internacional já está de olho em todo o cenário agrícola do Brasil e também já sente os reflexos dessa falta de chuvas, principalmente na região Sul do Brasil. As perdas são certas e a estimativa inicial é de que pelo menos metade da safra de verão do milho será prejudicada pela seca.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)
Veja algumas imagens da seca nos estados do Brasil e no Paraguai: