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Projeto de Lei busca regulamentar produção de bioinsumos no Brasil

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

A expansão do mercado de bioinsumos no Brasil segue uma tendência mundial de sustentabilidade. A implementação do Programa Nacional de Bioinsumos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2020, também vem fomentando o uso de produtos biológicos e demais bioinsumos no campo. Ainda, a produção de insumos biológicos para uso próprio, também conhecida como produção on farm, cresceu de forma significativa.

Diante deste cenário, entidades do setor reconhecem a necessidade de uma legislação específica para garantir a segurança e a normatização da produção. O Projeto de Lei (PL) 658/21, de autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG) está em tramitação na Câmara dos Deputados com o objetivo de regulamentar a produção de bioinsumos e derivados no Brasil, incluindo a produção on farm.

 

A FAEP está participando do processo de construção da proposta, por meio do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que presta assessoria à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), pois entende que o produtor rural tem direito à produção on farm. De acordo com Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/ SENAR-PR, a produção on farm otimiza o acesso a produtos biológicos pelos produtores rurais e incentiva o manejo mais sustentável, em associação ao uso de produtos químicos. No entanto, a Federação também entende a necessidade de determinar normas de produção para uso próprio.

“A regulamentação pretende assegurar o direito à produção on farm, estabelecendo normas que vão garantir a segurança e a qualidade dos bioinsumos. A defesa da Embrapa, que está alinhada ao entendimento da FAEP, é que essa produção tenha controle de qualidade, com cadastramento da unidade de produção no Mapa, capacitação e assistência técnica, sendo esta última principalmente na produção de microrganismos, que requer esse acompanhamento mais especializado”, aponta Ana Paula.

 

Posicionamento

A Embrapa reconhece que essa prática tem potencial para contribuir para a sustentabilidade e competitividade da agricultura brasileira. No entanto, há riscos, principalmente na produção de microrganismos, que precisam ser minimizados seguindo alguns princípios básicos (leia no quadro ao lado). Ainda, o uso de sistemas de produção precários resulta em produtos de baixa ou até mesmo zero eficiência, como também em proliferação de contaminantes.

O presidente do Portfólio Insumos Biológicos e pesquisador da Embrapa Cerrados, Fábio Reis, destaca o histórico de projetos bem-sucedidos com insumos biológicos no Brasil e a importância de dar continuidade ao trabalho, resultado de anos de pesquisa e investimentos. “Dentro da produção on farm existe uma grande diversidade, por isso debatemos essa necessidade de regulamentação, para que sejam produzidos bioinsumos eficientes e que não causem prejuízos à saúde humana, animal e ambiental”, afirma o pesquisador. “A multiplicação de agentes biológicos deve ser feita respeitando princípios de qualidade e segurança, para que não haja desequilíbrio no meio ambiente com concentrações extremamente elevadas de microrganismos, muitas vezes contendo potencial patogênico”, complementa.

 

(FONTE: Sistema FAEP)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)