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TECNOLOGIA

Lançado projeto que amplia descarga de trem em Paranaguá

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

O Porto de Paranaguá começa a preparar sua estrutura para absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou, em Paranaguá, no Litoral, o edital de licitação do projeto Cais Leste, também chamado de Moegão, que vai receber investimento de R$ 500 milhões. O lançamento ocorreu durante a solenidade de inauguração do novo terminal portuário da Coamo.

VEJA O VÍDEO DE COMO VAI FUNCIONAR: 

Lançado edital do projeto que amplia descarga de trem em Paranaguá

 

O edital deve ser publicado na segunda-feira (13) no Diário Oficial do Estado, e assim que cumpridas todas as etapas do processo de licitação, a obra será iniciada, com prazo de entrega de 180 dias. O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a competitividade do Estado. “É o maior projeto de infraestrutura do Paraná, que além de melhorar a mobilidade em Paranaguá, aumenta a capacidade de carga do porto, com a ampliação significativa de carga e descarga de trens”, disse.

“Muitos empregos serão gerados com essa obra, tanto durante a execução, como também quando estiver em operação. Com a ampliação de capacidade do porto, vamos precisar de mais trabalhadores para suprir a necessidade de mão de obra”, destacou Ratinho Junior. “É uma transformação na infraestrutura do Paraná, que se capacita como a grande central logística da América do Sul”.

 

O projeto prevê a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos). A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva, mas também serão reestruturados os acessos dos terminais da parte Leste do Porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas também pelo modal rodoviário. Com área de 595 mil metros quadrados, as três linhas que compõem o projeto terão capacidade de carregar até 2 mil toneladas de grãos e farelo por hora. Elas ficarão interligadas aos 11 terminais do Corredor Leste de Exportação.

 

Com isso, a previsão é ampliar dos atuais 550 vagões, que descarregam diariamente no Corredor Leste, para cerca de 900 por dia — quase 300 em cada uma das três linhas. Atualmente, 14,9% das cargas chegam ao porto pela ferrovia, mas a previsão é equalizar essa logística, com 50% dos carregamentos vindos pelos trens e a outra metade por caminhões:“Temos hoje uma limitação de recebimento ferroviário, não pela falta de demanda, mas porque não temos capacidade para receber mais”, explicou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Temos uma limitação geográfica de expansão, então com este projeto vamos centralizar em um único ponto o descarregamento de 11 terminais, trazendo mais eficiência logística”.

 

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que este será o maior investimento em infraestrutura do Governo do Estado. “É uma obra grandiosa, um investimento de meio bilhão de reais que permite otimizar o desembarque de cargas, não só do modal ferroviário como também o rodoviário, ampliando a capacidade em 24 milhões de toneladas”, disse. O Moegão vai reduzir os custos e as emissões de CO2 nas operações. Além disso, está prevista, ainda, a redução de cruzamentos entre as vias urbanas de Paranaguá com os trilhos da ferrovia, passando de 16 para cinco interseções na cidade: “Essa estrutura vai reduzir o gargalo viário e o trânsito de caminhões no município, com a retirada das passagens de nível, principalmente na Rua Roque Vernalha, que é a maior da cidade”, destacou o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque.

EMBARQUE

O Moegão vai ao encontro de outro projeto do porto, que é a modernização e ampliação do Corredor Leste (Corex) e do píer em T. Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê um novo complexo com quatro berços; ponte de acesso; oito torres pescantes; e capacidade para embarque de 4 mil toneladas, por hora, em cada uma das oito linhas. Assim, a expectativa é triplicar a capacidade de embarque atual no Corredor Leste. Além disso, o Governo do Estado também prepara a modernização do modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, estrada de ferro interligando Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá.

 

TERMINAL DA COAMO

A Coamo investiu R$ 200 milhões na construção do Terminal Portuário II, em Paranaguá, para atender as exportações de grãos e farelos. Com três silos e um armazém graneleiro, a estrutura tem capacidade total de armazenagem de 150 mil toneladas. O terminal conta com cinco moegas, com capacidade operacional para recebimento de 1.380 toneladas/hora, e tombadores para caminhões que facilitam o fluxo da movimentação no corredor de exportação. Somados ao outro terminal existente, a cooperativa tem capacidade para embarque de até 7 mil toneladas/dia.

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Em 2020, a Coamo exportou 4,5 milhões de toneladas de grãos e farelo de soja, com faturamento de US$ 1,5 bilhão. “Este investimento faz parte da nossa visão estratégica de crescimento. Nosso volume de exportações aumenta a cada ano, acompanhando o crescimento da Coamo”, destacou o diretor-presidente do Conselho Administrativo da Coamo, José Aroldo Gallassini. Fundada em 1970 por 79 agricultores de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, a Coamo conta hoje com 30 mil cooperados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

 

Na atuação da cooperativa se destacam as exportações de commodities, realizadas no corredor de exportação do Porto de Paranaguá desde 1990. Maior cooperativa da América Latina, a Coamo está também entre as principais empresas exportadoras do País. Possui ainda 10 indústrias para a produção de óleo de soja, farelos, margarinas, gorduras vegetais, cafés, farinhas de trigo e fios de algodão. Elas estão localizadas em Campo Mourão, Paranaguá e Dourados (MS), com capacidade para produzir 11 mil toneladas/dia.

 

(FONTE: Agência de notícias do Paraná)

(Débora Damasceno/Sou Agro)