PECUÁRIA
Jovem de 21 anos assume produção de leite da família
Hemerson Luiz Yochide Diniz Inoue tem apenas 21 anos, mas já conta com uma longa lista de formações no currículo, principalmente quando se fala em produção de leite. Nessa sede pelo saber, dois dos cursos que mais marcaram a sua trajetória são o Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) e o Programa Empreendedor Rural (PER), ambos do Sistema FAEP/SENAR-PR. Graças à aposta no conhecimento, o jovem conseguiu tirar seus primeiros sonhos do papel e passou a tocar a leiteria da família em Cafezal do Sul, no Noroeste do Paraná.
Primeiro veio o JAA. Inoue sempre teve contato com a área rural, já que é filho de produtores. Estava nos últimos anos do ensino médio em busca de sua vocação para escolher o melhor curso universitário e ingressou em uma das turmas do programa do Sistema FAEP/SENAR-PR. Nesse primeiro curso já ficou claro que o seu futuro passava pelo meio rural. “Desde essa época eu penso que prefiro muito mais trabalhar para mim do que trabalhar para os outros. Não tenho dor de cabeça, tiro minha renda que é bacana e vivo bem demais”, resume.
- Preço mínimo da uva industrial será de R$ 1,31/kg em 2022
- Contrato com referência no preço da soja brasileira já está disponível
Com o diploma do JAA em mãos e participando de diversos cursos na área agrícola, o jovem resolveu ingressar no PER. Se as ideias já borbulhavam na cabeça de Inoue, o treinamento deu o empurrão que faltava para transformar sonhos em realidade. “Esse foi um curso que me ajudou bastante. Aprendi a colocar a mão na massa, montar uma empresa e levar para frente de modo consistente”, lembra.
Depois do PER, Inoue passou a tocar a atividade leiteira da família, que conta com 30 hectares, 12 vacas em lactação, que produzem cerca de 150 litros de leite por dia (antigamente chegou a 350 litros por dia). Para dar conta dos afazeres do dia a dia, o jovem empreendedor tem um funcionário. “Somos dois para dar conta de todas as atividades, que envolvem duas ordenhas por dia, fabricação de silagem, plantio de milho, corte de cana, cuidados com o gado e o que mais precisar”, revela.
- Contrato futuro: saiba quando tomar a decisão certa
- Fertilizantes: preços devem estabilizar em meados de 2022
No último ano da faculdade de Agronomia, na Unipar, em Umuarama, Inoue planeja, após terminar o curso, uma segunda graduação. “Eu sempre tive o sonho de estudar Medicina Veterinária. Por questões de distância da faculdade mais próxima com esse curso, fiz Agronomia, mas ainda não desisti do meu sonho”, avisa.
Perfil empreendedor
O instrutor que deu aulas para Inoue, Ricardo Botelho Camargo explica que a trajetória cumprida pelo aluno se repete de forma sistemática nas turmas do PER. “O jovem do campo já tem um carinho pela vida rural, foi criado nesse meio. Quando você mostra que tem perspectiva de crescer, melhorar e ficar com aquilo que gosta, ele se empenha em levar para dentro da propriedade o conhecimento, melhorar os projetos ou até mesmo começar novos negócios”, analisa.
- Agricultores são as maiores vítimas do câncer de pele
- Brasil passa a integrar iniciativa internacional de solos
Para Camargo, o PER representa uma oxigenação ao meio rural. “Geralmente, o produtor não tem a mentalidade que a propriedade é um negócio, uma empresa. No PER a gente trata disso e trabalha muito a questão da família. A partir do PER você começa a criar perspectiva, como vou gerir esse negócio para obter renda, melhorar a qualidade de vida da família. Muitos participantes passam por esse processo”, pontua.
(FOTO/FONTE: Sistema FAEP)