AGRICULTURA
Começa colheita do feijão com projeção de quebra de 30%
#souagro | Os efeitos da estiagem não são sentidos somente nas culturas da soja e do milho. O feijão das águas, como é conhecido nessa época do ano, também foi duramente castigado em novembro, momento em que mais a cultura dependia de umidade para se desenvolver. A quebra já está estimada em 30% na região oeste e em todo o Estado, de acordo com um dos especialistas no assunto no Estado, o engenheiro agrônomo Airton Cittollin, com três décadas de experiência com a cultura.
A colheita do feijão inicia nesta semana no oeste paranaense e nas regiões produtores do Paraná e deve se estender até janeiro. “Com base na primeira área que vamos iniciar a colheita, a expectativa é de resultados bem abaixo do esperado, em virtude da falta de umidade”. Se o temor em relação à falta de feijão para o consumidor a partir de 2022 já existia, vai se agravar agora, com os efeitos provocados pela seca. “A safra vai ser pequena”, resume Cittolin.
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PARANÁ
Cerca de 99 % da área total de feijão, estimada em 140 mil hectares, está plantada. Do volume semeado, 82% apresentam boas condições e 18% condições médias. Já o volume produzido pode chegar a 276,1 mil toneladas, aumento de 7% em relação à safra anterior, enquanto a área é 8% menor. Segundo o agrônomo do Deral Carlos Alberto Salvador, o clima no mês de novembro, quando muitas áreas estão em fase de floração, impactou o desenvolvimento da safra, com precipitações reduzidas e temperatura elevada. “Na região de Francisco Beltrão, por exemplo, 60% das lavouras estão em condições médias. Agora, dependemos do clima para ter uma boa safra”, explica. No fim de novembro, preço médio recebido pelos agricultores foi de R$ 253,37 pela saca de 60 kg do feijão tipo cores e R$ 225,48 para o tipo preto. Segundo Salvador, o Paraná registra redução desses valores comparativamente ao primeiro semestre, principalmente pela redução do consumo. (Vandré Dubiela/Sou Agro)