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Chuvas na Bahia: grupo é criado para avaliar perdas na agropecuária
#souagro| As chuvas da Bahia já afetaram 116 cidades, 100 delas decretaram situação de emergência. Segundo a Defesa Civil do estado, até o momento, 470 mil moradores foram prejudicados de alguma maneira pelos temporais e as enchentes já deixaram 20 mortos e mais de 31 mil desabrigados.
A agropecuária do estado também é muito impactada por conta das condições climáticas, por conta disso, a SEAGRI (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura) da Bahia está fazendo o acompanhamento dos impactos no setor.
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O titular da SEAGRI, João Carlos Oliveira diz que tudo está sendo acompanhado de perto: “O urgente agora é salvar vida, cuidar das pessoas e também dos animais atingidos. Junto a isso, é necessário realizar levantamentos sobre os impactos nos diversos setores, e a SEAGRI vem fazendo esse estudo quanto à agropecuária”
Para organizar esse acompanhamento há um grupo atuante neste sentido: “foi criado um grupo de trabalho dentro de nossa secretaria para acompanhar o momento, agir no que for emergencial e possível, e iniciar a construção de um plano, um planejamento de ações já com mapeamento de áreas, culturas e criações atingidas”, disse João Carlos.
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As regiões mais afetadas pelas fortes chuvas foram o Sudoeste, o Sul e o Extremo Sul. Técnicos da SEAGRI estão em contato com órgãos, entidades e associações desses territórios, para realizar os levantamentos e averiguar os impactos e necessidades.
“A SEAGRI é uma secretaria que cuida do interior do estado, que tem para com ele uma relação umbilical. Nos solidarizamos com nossas irmãs e nossos irmãos baianos que vêm passando por esse momento difícil. A Secretaria da Agricultura, dentro do escopo de sua atividade, não medirá esforços para colaborar com o forte trabalho do Governo da Bahia, no sentido de trazer a normalidade para nossas cidades e regiões atingidas pelas chuvas”, finalizou o secretário João Carlos Oliveira.
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PERDAS NA PRODUÇÃO
Neste momento, as culturas mais afetadas na Bahia são as de hortifruti que são mais sensíveis, mas a FAEB (Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia) ainda não conseguiu realizar um levantamento oficial para avaliar as perdas para saber o impacto disso para os produtores.
A Federação ainda destaca que lavouras de soja e algodão que são culturas fortes na Bahia, se desenvolvem bem e ainda não apresentam grandes prejuízos por conta do excesso de chuvas.
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Segundo a vice-presidente da FAEB, Carminha Missio, algumas cultivares mais precoces começam a apresentar abortamento de vagens, mas devido ao alto número de vagens por plantas, a situação ainda não é tão preocupante, mas os técnicos já olham para o futuro em que o sistema radicular (órgão responsável pela fixação dos vegetais e pela absorção de água e sais minerais) das plantas ficou mais curto devido ao excesso de chuvas e isso pode resultar em dificuldades caso as chuvas fiquem escassas em janeiro, como está previsto para acontecer.
A maior preocupação atualmente é com a dificuldade dos produtores em entrarem nas lavouras para aplicação de nutrientes, defensivos e fertilizantes.
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“O MAIOR DESASTRE NATURAL DA HISTÓRIA”
O governador da Bahia, Rui Costa , disse que o estado atravessa “o maior desastre natural da história” e que ainda não é possível dizer quando começará a reconstrução das áreas destruídas pelas enchentes.:”A Bahia está devastada e ainda não é possível estipular quando as estradas vão ser recuperadas. Não sabemos a extensão. Vamos ter que olhar, caso a caso, a solução técnica. Em alguns lugares vamos ter que mudar a opção. Uma ponte de 50 metros de largura, por exemplo, que foi levada pela água pode ser um pouco maior, com 70 metros, para facilitar a passagem do rio”, explicou o governador.
Rui Costa afirma que não será permitido a construção de casas em áreas de risco, próximas a rios ou em terrenos onde podem ocorrer deslizamentos e que a prioridade das obras serão pontes e estradas essenciais que ligam os municípios a outras regiões: “A sensação que nós temos é, pelas imagens que vemos, de um grande bombardeio em todo o estado, agora que a água começa a baixar, a gente vê o estrago que foi feito em casas de pessoas simples, que fizeram um esforço danado para erguê-las. Vamos fazer um valor de auxílio financeiro para essas famílias, mas precisamos primeiro entender quantas pessoas foram prejudicadas.”
(Débora Damasceno/Sou Agro com Agências – FOTO: Agência Brasil)