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PECUÁRIA

Carnes brasileiras: pandemia restringiu exportações

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

O agravamento da crise sanitária da Covid-19 impactou negativamente nas exportações de carnes brasileiras ao mercado global. De acordo com estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), parceiros comerciais tradicionais como China, Coreia do Sul e Filipinas passaram a restringir, a partir de 2020, as importações de proteína animal brasileira como medidas sanitárias de controle. A medida foi adotada mesmo não havendo evidências científicas que indiquem a presença do SARS-COV-2, agente causador as Covid-19, nos produtos brasileiros de exportação.

A pesquisa conclui que a pandemia trouxe novos desafios regulatórios para a indústria agropecuária, atualmente em debates, em entidades como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Os órgãos permitem que os países definam padrões próprios de segurança alimentar e proteção, contanto que os regulamentos individuais sejam não discriminatórios e baseados em evidências científicas.

 

O levantamento mostra ainda que o Brasil ocupa atualmente a posição de líder mundial nas exportações de carnes ao mercado internacional, com 20% de participação nas exportações globais, seguido da Argentina (17%) e Índia (17%). A preocupação, segundo o estudo, é que outros países também passem a adotar medidas sanitárias de controle aos produtos agropecuários exportados pelo Brasil.

O estudo foi elaborado pela pesquisadora associada Michelle Márcia Martins e supervisionado pelo coordenador de Estudos em Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Fernando Ribeiro, que destacaram o cenário desafiador ao mercado de carnes brasileiros, que segundo eles, tem sido um setor estratégico na agenda de comércio exterior do país. “O mercado global precisa debater a redução da heterogeneidade aplicada ao setor de proteína animal e buscar uma convergência regulatória e sistemas de defesa sanitários unificados. Essas são algumas medidas que realmente podem promover harmonização e a segurança no mercado internacional de proteína animal”, argumentou Ribeiro.

 

O levantamento também destaca o papel do Brasil, como importante parceiro estratégico mundial no agronegócio e no fornecimento de proteína animal, para engajar outros mercados por novos paradigmas sanitários e de boas condutas de segurança alimentar, incluindo as políticas de prevenção, detecção, gestão e resposta aos riscos relacionados ao surgimento de zoonoses.

 

(FONTE: IPEA)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)