ESPECIAIS
Algodão: novos métodos diferenciam tipos de semente
Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba ( UEPB ), em parceria com as equipes da Universidade Federal de Pernambuco ( UFPE ), da Universidade de Malta e da Embrapa Algodão (PB), desenvolveram novos métodos para diferenciar sementes de algodão convencional do algodão transgênico.
Os métodos, que utilizam técnicas baseadas nas espectroscopias no infravermelho próximo (NIR) e Raman, além da análise de imagens hiperespectrais NIR, permite diagnósticos de forma rápida, precisa e com baixo custo, sem destruir como anterior .
- Produtores do Paraná começam a acionar seguro
- Milho: clima desfavorável no sul do país faz preços subirem
Aliam, ainda, princípios da Química Verde, sem o uso de reagentes químicos e, consequentemente, resíduos químicos, o que resulta em baixo impacto ambiental e baixo carbono, menor uso de água e energia.
Everaldo Medeiros , pesquisador da Embrapa Algodão que integra a equipe responsável pelos novos métodos, explica que são usados marcadores moleculares para realizar a rastreabilidade da origem genética e a proteção de cultivares em algodão e em outras culturas.
- Erva-mate em foco: fórum debate investimentos no setor
- Água sólida é alternativa contra seca nas lavouras
“Os métodos hoje utilizados para essas finalidades são laboriosos, caros, demorados e não preservam como fund. Além disso, no Brasil há poucos laboratórios especializados para tais serviços ”, conta. “Já os que desenvolvemos são mais práticos e rápidos para a fenotipagem de materiais desenvolvidos pela Embrapa e vir a ser uma inovação capaz de diferenciar produtos geneticamente modificados daqueles que não o são (OGMs e não OGMs), por exemplo, em cultivos e agroecológicos ”, acrescenta
Os métodos avançados avançados em pesquisa para fenotipagem rápida e não destrutiva, e como marcadores digitais. Inicialmente, os principais beneficiados com a utilização das equipes de pesquisa, mas, com o aprofundamento e consolidação das aplicações, o setor produtivo e a sociedade devem ser beneficiados com inovações de maior acesso e facilidade de uso.
- Seguro rural: saiba quanto o Paraná aplicou em 3 anos
- Brasil cria primeira cana não-transgênica do mundo
Os pesquisadores utilizaram um instrumento Raman portátil e um espectrômetro de infravermelho próximo de bancada, além de recursos de imagens hiperespectrais NIR, combinando novas metodologias analíticas. A espectroscopia Raman é baseada na espalhamento da luz pelos objetos, enquanto a espectroscopia de infravermelho baseia-se nos efeitos da absorção da radiação. Já a análise de imagens hiperespectrais é uma técnica que ilustra uma composição química dos objetos por meio de imagens e diferentes digitais (RGB) e espectrais (visível, infravermelho e fluorescência)
“Futuramente os métodos desenvolvidos podem ser combinados aos marcadores moleculares para analisar sementes de indivíduos de alto valor genético com o objetivo de verificar características superiores com maior precisão, além de realizar a fenotipagem, a rastreabilidade e a classificação de diferentes genótipos”, vislumbra Medeiros.
- Milho: senado aprova alteração do Programa de Venda em Balcão
- Poço artesiano é alternativa para enfrentar falta de chuva
Uma pesquisa
Os estudos, publicados em setembro de 2021 nos periódicos especializados Métodos Analíticos e Spectrochimica Acta Parte A: Espectroscopia Molecular e Biomolecular , teve destaque em eventos científicos – foram premiados no Encontro de Iniciação Científica da UEPB e geraram duas dissertações de mestrado e trabalhos em congressos nacionais e internacionais.
De acordo com um dos estudos, a identificação de sementes geneticamente modificadas geralmente requer uma abordagem individual das sementes. “Isso se deve ao fato de que a mistura de cultivares transgênicas e comum pode levar à contaminação ou extinção das espécies convencionais”, diz o artigo científico.
Os métodos foram registrados para classificação das cultivares convencionais BRS Aroeira e transgênica BRS 368 RF , ambas desenvolvidas pela Embrapa. Uma análise por meio de infravermelho próximo teve percentual de erro de classificação de apenas 2,3%. Por meio da espectroscopia Raman, não houve erros de predição. Além de não destrutiva, a metodologia possibilita a análise de vários deles de sementes de uma vez.
(FONTE: Embrapa)