PECUÁRIA
Vaca louca completa um mês no Brasil: veja os reflexos
#souagro | Dia 4 de outubro, completará um mês do anúncio dos dois casos atípicos de vaca louca registrados no Brasil, nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. O gerente de Saúde Animal da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), médico-veterinário Rafael Gonçalves Dias, faz uma avaliação destes primeiros 30 dias de suspensão das exportações para a China, como medida cautelar e que faz parte do acordo bilateral firmado com o país asiático.
“Essa paralisação tem deixado a economia da carne bovina bastante afetada nos últimos dias no Brasil, principalmente com relação aos estoques de carnes nos frigoríficos. Esses altos estoques têm feito com que o mercado doméstico absorva parte dessa produção, fazendo com que haja uma pressão para baixar os preços da carne bovina para o mercado interno, afetando diretamente a produção e o custo do pecuarista”, avalia Rafael Gonçalves Dias.
- Criminosos invadem propriedade, abatem boi e levam a carne
- Fechamento do mercado chinês derruba preços da arroba do boi em setembro
Os efeitos provocados pela suspensão, com reflexos nos preços é semelhante ao que ocorreu em 2017, quando a Rússia anunciou o embargo da carne bovina brasileira. A suspensão envolveu as carnes de boi e porco, diante das suspeitas da presença de ractopamina, substância que altera o metabolismo do animal, aumentando a carne magra e reduzindo a gordura. Em alguns casos, ela é utilizada principalmente em sistemas de confinamento, como ingrediente de ração para reduzir os custos do pecuarista.
EXPECTATIVA PELO FIM DO EMBARGO
Para Rafael Gonçalves Dias, o mercado chinês é extremamente importante para o Brasil. “Esse ano batemos recorde nas exportações da carne bovina para a China. Para se ter uma ideia, em 2019 exportamos ao longo do ano 23 mil toneladas. Esse ano, só no mês de agosto foram 105 mil toneladas de carne bovina para esse mercado”. Em suma, a expectativa agora gira em torno do fim do embargo a ser anunciado pela China para tudo voltar à normalidade e o Brasil retomar as exportações para esse grande parceiro, que faz a diferença na balança comercial do País.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)