INFRAESTRUTURA
Oeste: líder no VPB e na preocupação com o novo modelo de pedágio
#souagro | Você sabe a quantidade de grãos que são carregados por estas rodovias no vai e vem de caminhões que transportam nosso progresso? 6 Milhões de toneladas por ano. Uma média de 200 mil viagens do Oeste até Paranaguá.
Quando se fala em proteína animal, são 48 mil contêineres para exportação que cruzam o estado pela BR 277. O Oeste é responsável por quase 24% do Valor Bruto de produção do Paraná, somos líderes em volume, com R$ 30,03 bilhões em 2020 e crescimento real de 22% em relação a 2019. 8 municípios com maior VBP (Valor Bruto de Produção) do estado, estão sabe onde? No Oeste.
Já deu pra entender que por aqui, o agro é o que move! E é também um dos setores que mais sente os reflexos das tarifas do pedágio. Segundo Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Coopavel e diretor da Cotriguaçu, a preocupação do setor agro é com a competitividade para as demais regiões do país. “Estamos perdemos competitividade pelo valor do pedágio, pelo reajuste futuro do pedágio, pela distância que estamos do porto de Paranaguá para exportação. Perdemos competitividade também quando colocamos nossos produtos também em outras regiões do Brasil. Isso nos custa hoje, para o agronegócio do Oeste do Paraná, em torno de 300 milhões de reais por ano”.
Mais Cancelas
Segundo a atual proposta, o Oeste do Paraná, terá mais quatro trechos de rodovias com pedágio.
– BR-163 em Lindoeste, BR-467 entre Cascavel e Toledo, BR-163 em Mercedes e BR-272 em Francisco Alves.
Mais uma ação que não é bem vista pelo setor produtivo como explica o presidente da Cooperativa Primato, Anderson Sabadin. “A Cooperativa Primato representa uma cadeia de produtores que trabalham, que madrugam, que produzem e a gente vê no pedágio, infelizmente, uma fatia da margem desse produtor, indo embora”.
Mas você já parou para pensar como seria o nosso estado, o Oeste sem o pedágio? Como nossas rodovias estariam no quesito manutenção, duplicações e terceiras faixas? A resposta não é tão simples. O que não se pode negar é que junto com as cancelas, o desenvolvimento também foi acelerado.
Para Rainer Zielasko, presidente do POD, Programa Oeste em Desenvolvimento, que reúne as principais entidades e associações da região, baixar tarifas e construir um novo modelo de pedágio para o Paraná é importante, porém, na visão dele, a privatização também foi importante. “Eu creio que não há mais nenhuma dúvida entre o setor produtivo, de que nós necessitamos de estradas seguras, duplicadas e que atendam nossas necessidades para receber os insumos que necessitamos e que possamos escoar de forma eficiente, tudo aquilo que produzimos. O ideal seria que o governo, tanto estadual quanto federal fizessem essas obras, mas já sabemos que se formos esperar por isso, ficaremos muitos anos trafegando por estradas simples, perigosas e que vai afeitar muito nossos custos”, enfatiza Zielasko.
Dia 27 de Novembro de 2021, acabam os contratos com as atuais empresas que administram os pedágios no Paraná e a escolha das novas ainda parece estar distante. E isso preocupa o setor do transporte que reflete no agronegócio. Quem pede providências é Coronel Sérgio Malucelli, presidente da Fetranspar, Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná. “Há necessidade urgente, de que medidas sejam tomadas para que a prestação de serviço aos usuários, como guincho, atendimento médico e todos aqueles serviços que as concessões realizam para aqueles que fazem uso das rodovias, continuem”, ressalta Malucelli.
Posição do Estado
O Governo do Estado já deu o recado: Vai abrir as cancelas após dia 27 de novembro. É o que diz o Secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex. “O governador já determinou que não haverá prorrogação por mais nenhum dia. Portanto, não haverá cobrança nas cancelas até que se tenha um novo leilão realizado com ampla transparência na bolsa e a menor tarifa. Enquanto isso, o governo estado assumirá suas rodovias e o governo federal as suas BRs, buscando um amplo entendimento para manter os serviços adequados até que tenhamos um novo contrato”, diz o secretário.
Qual o caminho ideal?
Se esta é ou não a melhor alternativa, ainda é cedo pra afirmar, porém, Dilvo Grolli, que é diretor da Cotriguaçu, que representa as quatro maiores cooperativas do Oeste, é claro em seu posicionamento: “Não somos a favor de abrir as cancelas. Não somos a favor de atos políticos que faça deste momento uma oportunidade eleitoral. Temos que ter consciência que acima de tudo está a pessoa, o ser humano e as rodovias precisam de manutenção, precisam de segurança e precisam também dar assistência na ida e vinda da população.”
Clique aqui e assista a reportagem em vídeo:
(Reportagem: Sirlei Benetti / Portal Sou Agro)
Veja Também:
- Oeste prova ser possível harmonizar produção e preservação
- Vaca louca completa um mês no Brasil: veja os reflexos