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Mesmo com chuvas, situação na piscicultura ainda é crítica
#souagro | As chuvas registradas na região oeste nos últimos cinco dias, com algo em torno do e 250 milímetros, não foram suficientes para tirar a piscicultura do estado crítico em que se encontra em virtude dos três meses de escassez hídrica. O alerta é do produtor de tilápias Edilson Zabott, na atividade há duas décadas e que conforme disse ao Portal Sou Agro, não tinha vivenciado uma crise hídrica tão castigante como a dos tempos atuais. “Em se tratanto de região oeste, para a soja essa chuva foi excelente, mas para a piscicultura ainda é muito cedo para avaliar. Continuamos em estado crítico”, avalia Zabott. “Vamos torcer por novas ocorrências de chuvas nos próximos dias, um cenário favorável para a atividade voltada à criação de peixes no oeste”.
O momento é de extrema preocupação na piscicultura por conta da falta de chuvas. “Não temos água para renovar nos açudes, um procedimento necessário para reduzir a amônia na água”. Segundo ele, será preciso muita chuva para garantir a renovação de água nos açudes.
O cenário também gera reflexos na liberação de outorgas por parte do IAT (Instituto Água e Terra) para retirada da água dos rios. “Nos últimos 2, 3 anos, a piscicultura vem sofrendo um duro golpe por conta da falta de água na região oeste e em todo o Paraná. Em contrapartida, a produção de peixes tem aumentado significativamente”.
O oeste do Paraná concentra os dos maiores abatedouros de peixes do interior do Paraná, a C.Vale e a Copacol. Por conta disso, sua produção de tilápia está entre as maiores do Brasil. A atividade apresentou crescimento de 11,5% no Estado em 2020, com uma produção d e 172 mil toneladas. O oeste do Paraná responde por 90% da tilápia produzida pelo Estado. Números que ampliaram a liderança do Paraná em âmbito nacional, com produção 130% superior a São Paulo, o segundo colocado. A piscicultura do Paraná ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão relativo ao Valor Bruto da Produção. O Paraná ocupa a terceira colocação no ranking dos estados que mais embarca peixes para o exterior.
O IAT precisou suspender a autorização das outorgas e licenciamento para o uso da água de rios para abastecer os açudes no Paraná. “Nós, produtores, estamos iniciando uma nova organização e planejamento de manejo e uso racional da água e alojamentos dos peixes”, cita Zabott, que cria tilápias em uma área de 60 mil metros quadrados de lâmina d´água.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)