PRF
ESPECIAIS

Entidades de caminhoneiros propõem greve em 1º de novembro

PRF
Amanda Guedes
Amanda Guedes

Três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas anunciaram que decidiram decretar estado de greve e que vão iniciar greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.

A decisão foi tomada durante encontro no Rio de Janeiro que reuniu as entidades CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), vinculada à CUT (Central Única dos Trabalhadores); CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), segundo comunicado enviado à imprensa na na última sexta-feira (16).

As três entidades já fizeram outras convocações de greve nacional dos caminhoneiros, incluindo em fevereiro e julho deste ano, mas com a categoria dividida entre grupos que apoiam e são contra o governo de Jair Bolsonaro os protestos não chegaram ao nível de mobilização de 2018 em que o país parou por mais de 10 dias.

“A situação é que nenhuma das reinvidicações acordadas na ocasião da paralisação de 2018 foram atendidas”, afirmou no comunicado o presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSL-RS)

Entre as reivindicações da categoria estava a aplicação efetiva da chamada tabela de fretes mínimos. O assunto está parado no STF (Supremo Tribunal Federal) desde que o governo de Michel Temer cedeu à pressão dos caminhoneiros em 2018, aceitando a criação de um piso mínimo obrigatório de fretes para os caminhoneiros autônomos, algo que levou entidades transportadoras do setor privado a questionar a legalidade do mecanismo na Justiça.

O governo federal tem afirmado que está aberto ao diálogo com os caminhoneiros e tem feito uma série de concessões paliativas aos motoristas, como incluí-los como grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19.

Mas uma das principais queixas dos motoristas é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.

No final de setembro, a Petrobras anunciou aumento de 9% no preço médio do diesel vendido em suas refinarias, após 85 dias de estabilidade. A Ticket Log calculou na semana passada que o preço médio do diesel comum nos postos do Brasil subiu 5,55% na primeira quinzena de outubro ante o fechamento de setembro, para R$ 5,203 por litro. O valor representa avanço de 41% sobre a média registrada em outubro de 2020, segundo a empresa.

CLIQUE AQUI E SIGA O PORTAL SOU AGRO NO INSTAGRAM

A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada projeto que torna fixo o ICMS incidente sobre os combustíveis, uma proposta defendida por Bolsonaro, mas que não conta com apoio de boa parte dos governadores, que calculam que perderão R$ 24 bilhões em arrecadação. O texto vai ser analisado pelo Senado.

FONTE – Reuters

(Amanda Guedes/Sou Agro)