PECUÁRIA
A realidade da carne bovina além das prateleiras
#soucarne | A realidade da carne bovina além das prateleiras: Todos sabem que o quilo da carne bovina pago pelo consumidor tem pesado no bolso e levado muitos a optar por outros tipos de proteína animal, como suínos e aves – apesar que estas carnes também apresentam majoração em seus preços. Entretanto, poucos conhecem as dificuldades enfrentadas pelo pecuarista para fazer chegar essa carne bovina até o mercado consumidor. É um verdadeiro paradoxo. Se o preço está alto nos supermercados, o preço pago ao produtor é um dos mais pífios dos últimos tempos.
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Mercado de lácteos vive paradoxo
Para Devair Bortolato, o Peninha, proprietário da Panorama Leilões, é preciso colocar na balança as despesas assumidas pelo produtor no campo. Ele apresenta um comparativo de preços de produtos mais utilizados pelos agropecuaristas.
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Em 2020, a tonelada da ração custava R$ 900 e neste ano praticamente dobrou, indo para R$ 1.800. Já o adubo, passou de R$ 2000 a toneladas para estratosféricos R$ 5.400. O rolo do arame liso passo de R$ 430 para R$ 980. O quilo da semente de capim no ano passado, de R$ 18 hoje está em torno de R$ 38. A tonelada de calcário, que antes era adquirida a R$ 130, foi para R$ 270 e o litro do óleo diesel – esse um dos grandes vilões -, subiu de R$ 3.65 em 2020 para R$ 5,40 o litro.
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Em contrapartida, a arroba do boi não acompanhou essa tendência. De R$ 320, caiu para R$ 260, preço com base de referência CEPEA-SP. “A pergunta é a seguinte: toda a vez que sobre o preço do boi a imprensa em geral vai ao supermercado longas reportagens sobre os preços e acaba deixando de lado uma fonte muito importante: o pecuarista”, comenta Peninha. “A arroba do boi chegou a R$ R$ 320 e baixou para R$ 260 em 10 meses e os custos subiram acima dos 100%.
Para ele, a alta dos insumos e o preço da arroba em R$ 260 está inviabilizando a atividade para muitos agropecuaristas, principalmente para aqueles que trabalham com o sistema de confinamento, que hoje estão operando no vermelho e que se o cenário não mudar, pode abandonar o segmento.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)