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AGRICULTURA

Resumo da semana: calmaria nos mercados e furacão nos EUA

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | No mercado da soja, a semana foi calma, com uma certa instabilidade de preços lá fora. É o que aponta o analista de mercado da Granoeste, Camilo Motter. “Os danos causados pelo Furacão IDA nos Estados Unidos, nas instalações do Golfo do México, mexeu um pouco com o cenário, apesar de o local não ter um fluxo grande de mercadorias”, comenta.

Motter conta que nesta semana, a China voltou a comprar quase que diariamente, de 100 a 200 mil toneladas de soja do mercado norte-americano. “Isso ajudou a reverter um pouco o sentimento negativo que tínhamos até quarta-feira, com o cenário passando a apresentar sensível alteração”. Nos Estados Unidos, o ano agrícola termina em 31 de agosto e em 1º de setembro, tem início o ano agrícola 2021/22. “Há preocupação com os embarques lentos registrados nos últimos tempos. Quanto à soja e ao milho, é possível que o programa de exportação não seja cumprido, resultando no aumento os estoques de passagem de ambos os grãos, um fator negativo para a formação de preços”.

A previsão inicial de exportação era de 61,5 milhões de toneladas de soa e de 70,5 milhões de toneladas de milho. “É bem possível que esses números não sejam alcançados e os estoques finais, os menores desde a temporada 2012/13, sejam majorados”. Ainda em relação ao estoque americano, a previsão em relação ao milho era de 28,4 milhões de toneladas.

A semana também foi marcada pela virada da temporada da safra americana e Europa. Isso ocorre quando começa a entrar produto novo no mercado. No Brasil, a mudança de temporada ocorre em 1º de fevereiro. “Os estoques americanos aparentam estar um pouco maiores, por conta da lentidão nos embarques registrados nas últimas 5, 6 semanas. Os embarques estão abaixo da expectativa. “Isso gerou uma certa calmaria nos mercados”.

No Brasil, a semana teve um câmbio mais acomodado. Os prêmios nos portos brasileiros subiram em função da maior procura pelo produto brasileiro, muito por conta do impacto gerado pelo Furacão Ida, nos Estados Unidos. Os carregamentos mais urgentes foram destinados para o Brasil. “Isso deu certa estabilidade para os preços em reais, com a saca da soja cotada entre R$ 165 e R$ 168. Por outro lado, o milho segue bem ofertado”.

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O milho segue para a reta final da colheita, com as empresas recebendo os contratos negociados antecipadamente. Alguns volumes de importação são procedentes da Argentina e do Paraguai. As operações classificadas de washout, caracterizadas pelas operações de recompra. “Surpreendentemente, as exportações brasileiras somaram 4,35 milhões de toneladas e agosto e na temporada, a partir de fevereiro, atingiram 7,7 milhões de toneladas, ante 11,9 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado com relação ao milho”.

Sobre as soja, as exportações em agosto, com base em números do Semex, foram de 6,5 milhões de toneladas e na atual temporada, 77,5 milhões de toneladas. Na temporada anterior, neste mesmo período, o total foi de 76,8 milhões de toneladas.

Para a próxima semana, o mercado começa a voltar as atenções para o clima no Brasil, podendo o agricultor reter mais o produto, fazendo com que o cenário apresente valores acima da paridade internacional.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)