ESPECIAIS

Pré-propostas para o Banco do Agricultor somam R$ 3,5 milhões em Cascavel

Amanda Guedes
Amanda Guedes

No município de Cascavel, Oeste do estado, muitos produtores estão recorrendo ao Banco do Agricultor Paranaense para conseguir financiar seus projetos. Até o final de agosto, os profissionais do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) tinham concluído 33 pré-propostas, totalizando um valor de R$ 3.566.160,00.  A redução dos juros tem atraído os produtores que estão investindo em diversas atividades como a bovinocultura de leite, agroindústria, sistemas de abastecimento de água, irrigação e instalação de usinas geradoras de energia com placas fotovoltaicas.

Segundo João Carlos Vechio, do IDR-Paraná de Cascavel, muitos desses projetos surgiram após as reuniões realizadas pelos extensionistas no município, desde o mês de maio. “Fizemos reuniões presenciais nas maiores comunidades do município e uma ‘live’ para explicar detalhes do programa. Cerca de 355 agricultores participaram dessas atividades. Agora, eles estão procurando o Instituto para concretizar suas propostas”, explicou Vechio.

Segundo ele, durante essas reuniões foram apresentadas as normas do enquadramento ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), a relação de instituições financeiras protocoladas na Agência de Fomento, o planejamento da propriedade rural para a elevação da renda bruta familiar e a sucessão na propriedade familiar.

Limite
Uma das dúvidas mais frequentes dos produtores, segundo Vechio, é sobre o limite a ser financiado. “Uma parcela desses produtores já não estava acessando os créditos, então eles não sabiam quanto podiam financiar junto aos bancos. Estavam desatualizados”, explicou o extensionista. Ele informou que para a safra 2021/2022 o limite de crédito pode ficar entre R$ 200 mil e R$ 400 mil, dependendo da atividade.

Vechio ressaltou que a grande vantagem de participar do Banco do Agricultor é a subvenção dos juros, o que torna o custo do financiamento muito favorável. “No caso de projetos de irrigação para lavouras e pastagens, agroindústrias e também para projetos de energia renovável, a redução dos juros anuais é de 3% ao ano.  O produtor que fizer um financiamento do Pronaf para a produção em hortas, pomares comerciais, bovinocultura leiteira e piscicultura paga 3% de juros ao ano, o programa oferece a subvenção é de 2%, então ele só vai pagar 1% de juros, num prazo de dez anos”, acrescentou.

Clique e faça parte do grupo de WhatsApp do Portal Sou Agro

Energia solar
Um segmento que está atraindo a atenção dos produtores é a instalação de mini usinas de geração de energia com placas fotovoltaicas. Vechio informou que 40% das propostas do município apresentadas ao Banco do Agricultor são financiamentos para dotar as propriedades de unidades de geração de energia. “O alto custo da energia elétrica tem deixado os produtores insatisfeitos. Além disso, até dezembro de 2022 o programa Tarifa Rural Noturna será encerrado, isso levou muitos produtores a buscar a alternativa da energia foto-voltaica”, ressaltou o extensionista.

Vechio informou também que o produtor interessado em fazer o projeto para o Banco do Agricultor deve reunir alguns documentos como a cópia da matrícula do imóvel, DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), CAR (Cadastro Ambiental Rural), um documento que prove seu vínculo com a terra (matrícula ou contrato de arrendamento/comodato) e o orçamento do bem/atividade a ser financiado. Para quem quiser fazer um poço artesiano é preciso apresentar a Declaração de anuência prévia para a perfuração do poço emitida pelo IAT (Instituto Água e Terra). Para projetos da área animal é preciso apresentar a outorga do uso de água e a dispensa de licenciamento ambiental estadual. “Se o produtor vai investir na recuperação da fertilidade de solo da pastagem é preciso apresentar a análise de solo para que um técnico faça a recomendação de correção”, disse Vechio. O produtor também deve ter em mãos uma relação dos seus compromissos junto a agentes financeiros para os próximos anos.

A pré-proposta informa o valor do orçamento e o prazo que agricultor necessita para o financiamento.  A partir daí o produtor apresenta o documento ao banco e negocia a garantia do financiamento (um bem, hipoteca ou avalista). Vechio disse que até o momento a única dificuldade em Cascavel é com os produtores que têm contrato de arrendamento ou comodato. Nesses casos, o proprietário precisa apresentar o contrato com um prazo de validade igual ao tempo do financiamento e nem todos têm conseguido o documento.

Bancos
O município de Cascavel conta com cinco agentes financeiros (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Cresol, Sicredi e Sicoob) que estão recebendo as pré-propostas para o Banco do Agricultor. Não existe prazo para fazer o pedido, no entanto Vechio lembra que o volume de recursos de cada instituição é limitado. “Como diz o ditado, o primeiro que chega na fonte, bebe água limpa. Na medida em que a demanda por financiamento aumenta, menos recurso estará disponível”, concluiu o extensionista.

Fonte: IDR-PR

(Amanda Guedes/Sou Agro)