TECNOLOGIA

Nova unidade de leitões de Laranjeiras do Sul promete ser a maior do País

Amanda Guedes
Amanda Guedes

Uma nova maternidade de leitões em Laranjeiras do Sul, no Centro-Sul, promete potencializar ainda mais a suinocultura paranaense. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, nesta sexta-feira (10), do lançamento da Agro Laranjeiras, nova empresa de desmamados que fará um investimento inicial de R$ 377 milhões no Estado.

Para impulsionar a industrialização e a criação de postos de trabalho na região, o governador anunciou apoio para o empreendimento, visando a compra do terreno onde a fábrica será instalada, mediante transferência de recursos para a prefeitura municipal. O projeto será edificado em uma área de 117 alqueires ou 2.831.400 metros quadrados. A administração local, por sua vez, executará as obras de infraestrutura para a construção.

“É uma transformação regional, pois estamos falando da maior planta de produção de leitões do Brasil”, disse o governador. Segundo ele, o projeto influenciará diretamente na melhora do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. “As cidades precisam de incentivos para se desenvolver. O Estado tem como missão atuar para dar qualidade de vida às pessoas, e garantir emprego e renda é fundamental neste aspecto”, destacou.

Ratinho Junior salientou que o empreendimento vem ao encontro da bandeira defendida pelo Governo do Estado, de uma agropecuária pujante aliada ao desenvolvimento sustentável. “A suinocultura, que já é muito forte no Paraná, desponta entre uma das vocações paranaenses, a partir da produção e da preservação ambiental”, acrescentou.

A Agro Laranjeiras será especializada na produção de leitões, que são criados até os 25 dias de vida. Na sequência, eles serão encaminhados para as empresas parceiras, que vão engordar os animais para o abate em frigoríficos. A unidade já possui duas empresas parceiras que vão realizar a segunda parte do processo: Globoaves e Cooperativa Agroindustrial Lar.

Segundo João Marcel Mulineth, um dos nove acionistas da empresa, a estimativa da Agro Laranjeiras é de produzir 20 mil leitões desmamados por semana. “Isso totaliza cerca de um milhão de leitões desmamados por ano. A expectativa de faturamento anual é de aproximadamente R$ 200 milhões”, explicou.

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Do total de leitões, 500 leitoas serão escolhidas para gerar novos animais. Ao final do processo, a expectativa é chegar a 4.700 suínos abatidos por dia, durante cinco dias da semana. Considerando um peso médio de abate de 125 quilos, serão fornecidos 974.643 suínos e 121.830.275 quilos de suíno anualmente.

Essa produção será em grande parte realizada no próprio município de Laranjeiras do Sul, favorecendo o desenvolvimento da região.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que se trata de um projeto com grande potencial em uma região que precisa de investimentos. “Um belo projeto, que impulsionará ainda mais a suinocultura paranaense. A atividade é pouco explorada na região, portanto pode ser desenvolvida com total capacidade”, afirmou.

MAIS EMPREGOS – A Agro Laranjeiras deve gerar 200 empregos diretos e mais 885 indiretos, somando trabalhos como transporte de animais, transporte de ração, assistência técnica, abate nas indústrias e fábricas de ração.

A iniciativa vai ao encontro a uma das prioridades do Governo do Estado, que é a geração de emprego e renda em todo o Paraná. O governador declarou que o saldo de empregos no acumulado do ano, entre janeiro e julho, foi de 132.328. O resultado faz do Paraná o quarto do País que mais abriu postos de trabalho em 2021.

Parte dessas vagas, conforme Ratinho Junior, é devido a atração de novas empresas para o Paraná. “O Estado atraiu em torno de R$ 86 bilhões em investimentos privados desde 2019”, pontuou.

INFRAESTRUTURA – A nova indústria contará com duas unidades produtoras de leitões desmamados, com capacidade de 31,2 mil matrizes (porcas criadoras) e um sítio para abrigar as leitoas que aguardam nova fecundação, somando 130 mil metros quadrados de área voltada à produção suína.

Além destes espaços, o complexo também vai contar com 70 residências para funcionários; armazém para 200 mil sacas de milho; uma fábrica de ração de 25 toneladas por hora; uma garagem para veículos, máquinas e equipamentos agrícolas; escritório administrativo; refeitório; lavanderia; balança rodoviária e rodolúvio, onde passam os caminhões para a desinfecção obrigatória. No total, são mais de sete mil metros quadrados de área construída.

O novo empreendimento também deverá movimentar a indústria de agricultura na região: serão necessárias 3,4 milhões de sacas de milho e 1,37 milhões de sacas de soja por ano para dar conta de alimentar os animais.

BIOGÁS – A unidade fará a destinação correta de dejetos suínos e garantirá energia para os suinocultores. Serão instalados seis geradores, com capacidade para gerar 440kW/h e consumo de 120m³/h de biogás cada. A expectativa é gerar mensalmente o montante de 1.160 mega de energia, com receita adicional de R$ 463 mil/mês.

O objetivo da empresa é tratar resíduos orgânicos e gerar energia elétrica limpa, além de propiciar aumento de produção com segurança ambiental e energética. Portanto, o projeto deverá agregar qualidade de produção e na redução do passivo ambiental.

Quando não são tratados, os dejetos vão para o solo e chegam aos lençóis freáticos, poluindo a água consumida pela população. O processo correto também elimina vetores, como moscas, além de possíveis patógenos, fora a diminuição do odor.

Foto: Jonathan Campos

FONTE: AEN

(Amanda Guedes/Sou Agro)