AGRICULTURA
Milho: o que esperar do mercado para as próximas semanas
Amanda Guedes
SOUAGRO | Os fenômenos climáticos, como a estiagem em momentos relevantes das principais culturas agrícolas paranaenses e as fortes geadas ocorridas entre junho e julho, levaram a redução na estimativa da safra de grãos para o período.
Em entrevista exclusiva ao Portal Sou Agro, Dilvo Grolli, o presidente da Coopavel, reafirmou a falta de milho no estado do Paraná, com uma quebra acentuada e que a alternativa principal é a busca no mercado externo.
‘’A produção no Brasil ficou muito complicada. Nós éramos para produzir em nível de Brasil 96 milhões de toneladas e hoje fala-se próximo aos 60 milhões de toneladas. É uma queda acentuada. No Paraná, inicialmente, existia a perspectiva de colher até 14 milhões de toneladas, hoje fala-se em torno de 6 milhões de toneladas. Paraná vai faltar milho? Sim. Porque nosso consumo em seis meses é em torno de 10 milhões de toneladas. De onde virá esse milho? Do mercado externo. Nós temos duas oportunidades: Traz do mercado externo ou traz do centro-oeste, onde estão colhendo milho.’’
Com menos produção, o preço ao produtor está superando R$ 90 a saca neste mês, o que aumenta os custos para empresas de frango e suíno. Mas afinal, o Preço do milho vai ultrapassar R$100 reais para o produtor?
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‘’Diria sim, com muita tranquilidade. Mas vai depender de alguns fatores. Por exemplo, qual é o preço do dólar no mês de agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro… Depende do fator externo da economia americana, depende o fator externo da economia mundial se vai crescer, depende de fatores políticos internos do Brasil. Muitos economistas dizem que o dólar está no preço alinhado, que será mais ou menos no final do ano, o dólar que está hoje (R$5,10/R$5,20). Se nós não temos milho no Paraná, nós vamos trazer de fora. Este preço está equilibrado. Se olhar a outra ponta, quem está consumindo este milho? A carne de suíno, de aves e o leite, tiveram um impacto muito grande pelo preço do milho e esses três produtos hoje, estão com margem negativa, o mercado vai ter que reagir em preço.’’
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(AMANDA GUEDES / SOU AGRO)
