TECNOLOGIA
Conectividade é desafio gigantesco para o agro, afirma presidente da Embrapa
O agronegócio brasileiro é um dos maiores setores da economia e teve um crescimento recorde de 24,31% no PIB do último ano, além de responder por um terço dos novos empregos no Brasil. Apesar dos bons resultados, Celso Moretti, presidente da Embrapa, alerta que o agro brasileiro tem um longo caminho a percorrer, porque o Brasil tem ainda um conjunto de desafios sociais, econômicos, científicos e tecnológicos a vencer, como a necessidade da redução do custo das tecnológicas digitais.
“A agricultura digital avançou muito. Hoje, mais de 84% dos produtores utilizam pelo menos uma tecnologia digital, mas só 30% das propriedades rurais estão conectadas à internet. Há um descompasso e esse é um desafio gigantesco para o nosso setor”, afirmou o presidente da Embrapa. Os dados foram apresentados pelo no 7º Encontro Nacional do Ecossistema Brasil 5.0 em Ação, realizado nesta semana.
Moretti observou que a Embrapa, que completou 48 anos recentemente, tem grande contribuição para o atual cenário do agro: A Empresa publica anualmente o chamado Balanço Social que mostrou, em 2020, a geração de R$61,85 bilhões em lucro social, ou seja, para cada R$1 aplicado na Embrapa, a Empresa devolveu R$17,77 para a sociedade brasileira, contribuindo para a geração de 41.475 empregos diretos. Mas a contribuição pode ser ainda maior.
Celso Moretti, convidado para o painel “Contribuições do Agro na Economia Digital”, afirmou que o país deve buscar soluções que visem a expansão da conectividade: “Não podemos continuar pensando em expandir o agro e desenvolver tecnologias de base digital se continuarmos com essa limitação brutal de conectividade. Existem propriedades onde há sinal internet apenas na casa sede e não em toda extensão da propriedade, por exemplo. Precisamos de soluções para derrubar a barreira da restrição de conexão para que o agro tenha todo o potencial que precisa no Brasil”, defendeu.
Participante do primeiro dia de evento, Moretti apresentou a evolução da transformação digital na cadeia do agro e o impacto dessa evolução no crescimento do PIB brasileiro, alinhado à agenda ESG (Environmental, Social and Governance - em português: Governança Corporativa, Ambiental e Social) da Embrapa. “Somos uma Empresa de inovação tecnológica focada na geração de conhecimentos, tecnologias e soluções para a agropecuária brasileira. O negócio da Embrapa é prover soluções para os problemas do agro brasileiro”, destacou.
A Embrapa, que, segundo Moretti, tem a missão de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira, tem a agenda ESG como peça central no desenvolvimento de soluções. “A sustentabilidade está no DNA da nossa Empresa. Desde o início trabalhamos de forma muito focada, vinculando nossa agenda aos objetivos do desenvolvimento sustentável, e a transformação digital está na base desse desenvolvimento recente do agro brasileiro”, confirmou.
A expectativa até 2030, segundo ele, é que as transformações digitais, junto à bioinformática e à biotecnologia, promovam ainda mais avanços para impactar as diversas áreas da produção animal e vegetal, resultando em produtos mais sustentáveis, com melhor qualidade nutricional e segurança.
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