AGRICULTURA
O aliado do produtor que vem do céu
#souagro | Controlar pragas nas lavouras tem sido um baita desafio para os produtores rurais. Cada safra é uma novidade. Ferrugem, pulgão, cigarrinha e tantas outras que são difíceis de fazer o combate. Mas é preciso ter eficiência no trabalho e ainda buscar menor custo.
Uma alternativa que tem sido cada vez mais adotada pelos produtores rurais e que tem gerado bons resultados no campo são as aeronaves. A mais de 70 anos a aviação é utilizada como aliada do campo no Brasil. O Paraná tem a quinta maior frota de aviões agrícolas com 147 unidades.
A pulverização aérea é alternativa para aplicação de fungicidas, inseticidas, adubação e semeaduras de forrageiras como aveia, nabo e braquiária. Em uma hora de trabalho, é possível dar conta de uma área de até 100 hectares.
Menos amassamento de plantas
Uma das principais características e vantagens da pulverização aérea é que as plantas ficam intactas, o que não ocorre quando produtor rural opta por aplicar os defensivos agrícolas com máquinas de arrasto (trator e pulverizador) ou até mesmo com autopropelido.
Os aviões também são importantes ferramentas de manejo das lavouras por cauda da rapidez e precisão com que realizam a aplicação de defensivos. Quanto mais demorar a aplicação do produto no combate a determinada praga, há mais chances de perda na produção.
Capital da aviação Agrícola no Oeste
Palotina é o Município do Oeste do Paraná que tem o maior número de empresas que prestam serviços na aviação agrícola. São duas na cidade. Uma delas é a C.Vale que tem 5 aeronaves, três no Oeste do estado, uma no noroeste e outra no Mato Grosso do Sul. Desde 1979, quando o serviço passou a ser disponibilizado, já foram pulverizados mais de 3 milhões de hectares.
O gerente do Departamento Agronômico da Cooperativa, Carlos Konig, destaca que é fundamental buscar empresas sérias na hora de contratar o serviço.
“É importante ressaltar que por trás há o suporte de profissionais capacitados, tanto na pilotagem da aeronave como na aplicação dos produtos”. Os cuidados são redobrados com o respeito à velocidade do vento, temperatura, umidade relativa do ar, tudo dentro da legislação e do receituário agronômico. Os sobrevoos são realizados respeitando a distância do meio urbano e de escolas.
Atividade regulamentada
Mas antes de contratar um serviço de aviação agrícola é preciso checar se a empresa segue os parâmetros exigidos já que a atividade é regulamentada e segue determinações próprias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio do Decreto-Lei 917, de setembro de 1969, Decreto 86.765, de dezembro de 1981, e pelas Instruções Normativas (IN) 2, de janeiro de 2008, e 15, de maio de 2016. A legislação estabelece uma série de obrigações, cujo princípio se baseia na profissionalização da atividade. Ou seja, a pulverização aérea só pode ser conduzida por profissionais certificados e, atualmente, cada operador aeroagrícola precisa obedecer a pelo menos 20 normas e regulamentos para poder operar.
Paraná com a 5ª maior frota
No estado do Paraná são 147 aeronaves, segundo o último relatório apresentado pela Sindag, Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola. Estão na nossa frente os estados do Mato Grosso com 550 aviões agrícolas, Rio Grande do Sul com 421 e São Paulo com 333. Somando todos os estados brasileiros, até dezembro de 2020 o Brasil tinha 2.352 aeronaves atuando no campo, o que representa um crescimento de 3,16% no setor em 2020. O Brasil tem a segunda maior frota do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Crescimento nas vendas
Tem um modelo especifico que é queridinho pelos empresários que atuam na aviação agrícola. É o Ipanema da Embraer. Não é pra menos que este ano o crescimento das vendas desta aeronave foi de 48% nos quatro primeiros meses. Foram 37 unidades do modelo Ipanema vendidos até o final do mês de abril, quando no ano passado inteiro, a soma foi de 25 aviões. A alta acompanhada uma tendência de crescimento que vem ocorrendo no setor nos últimos anos.
Cerca de 90% das aeronaves encomendadas têm como prazo de entrega o segundo semestre deste ano. Com quase 1.500 unidades produzidas ao longo de cinco décadas, o Ipanema ocupa a liderança do segmento com 60% de participação no mercado nacional.
(Vandré Dubiela/Sirlei Benetti, com Comunicação C.Vale)
Fotos: C.Vale
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