Noroeste - Gado do Noroeste do Paqraná - ( Loanda) Foto: José Adair Gomercindo-SECS
PECUÁRIA

Dez anos depois, Cascavel volta a registrar caso de raiva bovina

Noroeste - Gado do Noroeste do Paqraná - ( Loanda) Foto: José Adair Gomercindo-SECS
Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) de Cascavel confirmou nesta sexta-feira (26) um caso de raiva bovina em Cascavel. Desta vez, o foco da zoonose é na Colônia Barreiros, próximo a BR-369, sentido Corbélia. “Mais uma vez reforçamos a importância da vacinação contra a raiva nos nossos rebanhos”, alertou a médica veterinária da Adapar, Luciana Riboldi. A imunização através do uso de vacina é a forma de previnir os rebanhos contra esta enfermidade. O último caso em Cascavel foi registrado em 2011.

A raiva em animais herbívoros é uma das preocupações constantes dos pecuaristas da região Oeste do Paraná. Com o Parque Nacional do Iguaçu como reservatório da doença, volte e meia casos acometem os rebanhos de bovinos, equinos e ovinos dos municípios ao entorno e também dos mais afastados. Transmitida principalmente pela espécie de morcego hematófago (se alimenta de sangue) Desmodus rotundus, a zoonose (que também passa para humanos) precisa ser dada atenção.

A raiva é causada por um vírus e pode ser adquirida por todos os mamíferos. O morcego geralmente ataca animais em locais abertos, devido à facilidade. Eles mordem a presa e sugam o sangue. Se o animal não está imunizado, ele é contaminado com o vírus, que possui um período de incubação bastante variável. “Nos morcegos, por exemplo, pode demorar até 250 dias até aparecer os primeiros sinais. Nos bovinos, pode variar de 30 a 90 dias. Nos homens, de 20 a 60. Após a manifestação dos sintomas, aí não há mais o que fazer”, explicou a médica.

 

EXCLUSIVO: Empresa de Cascavel vai fornecer ovos para produção da Butanvac

Projeção do VBP supera R$ 1 trilhão em 2021 no Brasil

 

A prevenção em humanos é a vacinação e, após a mordida e durante o período de incubação, é possível tratar com soro. Os médicos veterinários e produtores que podem ter contato com os animais, precisam sempre estar também imunizados. Os animais contaminados após o óbito devem ser enterrados em covas fundas, minimizando assim os riscos de transmissão.

“Destacamos a importância do custo da vacina em relação ao custo dos animais e o custo benefício no investimento na prevenção da raiva. Também é importante informar que a vacina antirrábica é elaborada com diluente aquoso e, portanto, não provoca abcessos nem febre nos animais desde que administrada sob condições adequadas de higiene”, declarou Luciana.

“Mais uma vez reforçamos a importância da vacinação dos rebanhos. Todos os criadores precisam fazer a sua parte”, orientou Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel.

 

Os morcegos

Quando o produtor rural desconfiar de algum abrigo de morcegos e notar ataques aos animais, é preciso chamar a Adapar. Eles são facilmente identificados pelas fezes, como as fotos mostram. Os demais morcegos possuem as fezes semelhantes às dos ratos.

Após comunicação de possível abrigo de morcegos, os servidores da Adapar vão até o local, fazem a captura dos animais e, em alguns casos, fazem o controle da população com pasta vampiricida.

 

Fonte: Adapar e Sindicato Rural de Cascavel

 

Foto:

(Sirlei Benetti/Sou Agro)