Um grupo formado por técnicos da Epagri e representantes da cadeia produtiva do arroz em Santa Catarina esteve em missão técnica pelos Estados Unidos. Eles conheceram estruturas e métodos utilizados por renomadas instituições americanas de pesquisa e extensão. Também observaram a campo as práticas de manejo adotadas pelos rizicultores daquele país. Por fim, foram estabelecidas parcerias para transferência e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à cadeia produtiva do arroz.
A viagem aconteceu entre 27 de julho e 9 de agosto. O grupo percorreu 4 mil quilômetros, atravessando os estados de Louisiana, Mississipi e Arkansas, que se destacam na produção de arroz.
Epagri/Cepa estima aumento na produção das principais culturas
Ricieri Verdi, extensionista da Epagri que compôs a missão, conta que os catarinenses perceberam fortes semelhanças entre as cadeias produtivas de Santa Catarina e dos Estados Unidos. Foram identificados pontos em comum nos desafios enfrentados por produtores e no nível tecnológico disponível.
“Outra semelhança observada diz respeito às estratégias de desenvolvimento e difusão de tecnologias adotadas pela Epagri e as instituições americanas”, lembra o extensionista. Ele pondera que isso reflete a adequação do planejamento realizado pela empresa catarinense.
A missão visitou universidades nos três estados. Os técnicos conheceram ainda o centro de pesquisa Dale Bumpers, do Departamento Americano de Agricultura. Os visitantes também foram a áreas de produção que adotam os sistemas Clearfield e Provisia, ambos para controle do arroz daninho.
Outro foco da viagem foram lavouras de arroz que praticam rotação de culturas. Eles conheceram a rotação com crawfish, uma espécie de lagosta pequena. Ricieri explica que, quando não estão produzindo arroz, as quadras são utilizadas para criação destes crustáceos, o que gera uma renda expressiva para os produtores. Também conheceram áreas que praticam rotação com culturas de sequeiro, como soja, milho e algodão.
Saldo positivo e desdobramentos
“O saldo da ação foi considerado positivo por todos os envolvidos”, relata o extensionista da Epagri. Entre os desdobramentos esperados está o estabelecimento de acordos de cooperação para intercâmbio de profissionais e transferência de tecnologias, com objetivo de aprimorar ainda mais o programa de melhoramento de arroz da Epagri.
Os processos industriais associados à produção de sementes de arroz em Santa Catarina também serão aperfeiçoados com base no visto na missão. Por fim, deve ser desenvolvido um conjunto de tecnologias para manejo de plantas daninhas nas áreas de produção de arroz nos dois países.
A viagem faz parte da estratégia do governo do Estado para desenvolvimento e difusão de tecnologias voltadas ao aprimoramento da produção sustentável de arroz em Santa Catarina. Além de Ricieri, a Epagri foi representada pelo extensionista Douglas George de Oliveira e pelos pesquisadores José Alberto Noldin e Marcos Lima Campos do Vale.
Rogério Dagostin, presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz Irrigado (Acapsa) também integrou a missão. Arlindo Manenti, presidente da Cooperativa Regional Agropecuária Sul Catarinense (Coopersulca), representou o sistema cooperativista. Participaram ainda Welerson Giusti, representando os produtores de semente e Augusto Olivo, que representou o Sindarroz.