Foto: Envato/ Sou Agro

Gripe aviária: entidades lamentam suspensão japonesa da compra do frango de SC

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Envato/ Sou Agro

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne – SC) lamentam a decisão das autoridades sanitárias do Japão em suspender temporariamente as importações de carne de frango produzidas e exportadas pelo Estado de Santa Catarina. A decisão ocorreu após registro de foco de gripe Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em ave de fundo de quintal.

Só que essa situação, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), não altera o status do Brasil como livre de gripe Aviária. Cabe lembrar que o Brasil não possui qualquer registro de IAAP na produção industrial – esta é a única situação que poderia gerar alteração no status brasileiro.

Atualmente, os embarques mensais de carne de frango de plantas catarinenses para o Japão representam menos de 3% do total exportado pelo Brasil. A ABPA, a ACAV e Sindicarne – SC esperam que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outras unidades frigoríficas também habilitadas a exportar, localizadas em outros estados – diminuindo, assim, os efeitos negativos para as exportações brasileiras e aos consumidores japoneses.

Ao mesmo tempo, as associações estão apoiando o trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina no monitoramento do caso de gripe Aviária em ave de fundo de quintal registrado no estado.

A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC lembram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal. Ao mesmo tempo, as entidades do setor informam que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados.

Por fim, as associações reforçam o reconhecimento de toda a cadeia produtiva ao trabalho de excelência liderado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Secretaria de Agricultura catarinense, juntamente com as Secretarias de outros estados brasileiros, em total dedicação, eficiência e transparência no trabalho de monitoramento à Influenza Aviária do Brasil.

O QUE DIZ O MAPA

Desde a detecção da infecção pelo vírus Influenza A de alta patogenicidade (H5N1) em aves silvestres aquáticas migratórias no Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária instalou permanente estado de alerta, com intensificação das ações de educação e comunicação de risco sobre a doença e das ações de vigilância em aves em todo o país, motivando novas notificações.

No último sábado (15), foi confirmado foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves domésticas de subsistência em propriedade no município de Maracajá (SC), onde encontravam-se múltiplas espécies de aves – galinha, galinha-d´angola, faisão, ganso, pato, perdiz e peru -, as quais eram criadas soltas e não eram destinadas à produção de produtos para comercialização. A propriedade possui uma pequena área alagada (açude), onde são avistadas aves silvestres de vida livre.

Diante da situação, o Mapa informa que a propriedade está interditada desde o primeiro atendimento realizado pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO). Após a confirmação, todas as aves foram eutanasiadas e as carcaças foram destruídas e enterradas.

De acordo com o Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a ocorrência da infecção pelo vírus da influenza A de alta patogenicidade em aves silvestres e domésticas de subsistência não compromete a condição do Brasil como país livre de IAAP. No entanto, o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) comunicou a decisão de suspender a importação de aves vivas e carne de aves do Estado de Santa Catarina até que o Mapa encaminhasse informações detalhadas sobre o caso.

Seguindo a determinação de celeridade e transparência em relação aos casos de IAAP, o Mapa enviou nesta segunda-feira (17) os esclarecimentos demandados e segue trabalhando para que o impacto das restrições seja o menor possível aos exportadores brasileiros.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lidera uma delegação oficial que se reunirá com autoridades japonesas em Tóquio, na próxima semana, no intuito de que as autoridades do MAFF ajustem as exigências de importação de aves e seus produtos às diretrizes da OMSA.

O contato direto, sem proteção adequada, com aves doentes ou mortas deve ser evitado pela população. Todas as suspeitas de IAAP em aves domésticas ou silvestres, incluindo a identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita, devem ser notificadas imediatamente ao órgão estadual de saúde animal ou à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária por qualquer meio ou pelo e-Sisbravet.

(Com ABPA e Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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