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Preocupação continua: milho atinge o preço mais baixo do ano

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Não tem jeito, o preço do milho continua sendo uma grande preocupação do produtor. Nós já mostramos aqui no Sou Agro que vários fatores têm causado uma queda brusca nas cotações.

Pois bem, e é neste cenário que o valor chegou ao menor do ano. Foi em 14 de junho que o preço de R$ 54,33/saca atingiu esse resultado negativo no mercado interno, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

 

De acordo com análise mensal do Cepea, os principais motivos dessa diminuição de preço foram: clima favorável para grandes safras e redução de demandas por parte dos compradores que esperavam uma desvalorização do produto.

A saca de milho da primeira quinzena do mês deste ano está 37,13% mais barata do que a saca do mesmo período do ano passado e 9,64% mais barata do que no mês de maio, em que o valor era de R$ 60,13/saca. A previsão para o mês de julho é uma saca ainda mais baixa, no valor de R$ 53,23, com uma variação de 0,21% em comparação com os valores de junho. Os valores das sacas foram levantados pelo Cepea.

“Os principais responsáveis por essa variação, geralmente, são clima,   oferta e demanda, nacional ou internacional”, disse Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza – empresa especializada em negócios internacionais

Em contrapartida a safra de milho deve ser recorde. De acordo com Pizzamiglio, com a alta produção de milho no mercado interno, o país precisa exportar muito mais se quiser atingir um patamar jamais visto: “O Brasil é o único país capaz de produzir três safras em um mesmo ano e precisa utilizar isso a seu favor”, afirma. “A colheita do milho na safrinha pode ajudar o Brasil a ultrapassar o maior exportador de milho do mundo esse ano, os Estados Unidos”, finaliza.

O milho safrinha é o grão da segunda safra e detém 70% da produção nacional de milho. Ele é semeado após a safra principal e é feito por agricultura de sequeiro (cultivado em solo seco). A safrinha é plantada entre fevereiro e junho no Nordeste e de janeiro a abril nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A colheita da safrinha já se iniciou em Mato Grosso e no Paraná.

Fábio explica que a agricultura do Brasil passa por grandes momentos e que o investimento em tecnologia é fundamental: “O milho, a soja, o trigo e o sorgo têm previsões de safra recorde neste ano. O país vai bater mais de 300 milhões de toneladas em 2023”, comenta. “A agricultura faz parte do desenvolvimento econômico do Brasil e o investimento em maquinários, tecnologia de irrigação e sistema de monitoramentos são cada vez mais necessários para uma boa safra”, finaliza o diretor.

RELEMBRE OS MOTIVOS QUE CAUSAM A QUEDA NOS PREÇOS DO MILHO:

“O que nós temos para falar de preço aqui dentro que deveremos ter em razão da nossa grande safra preços internos balizados pela paridade de exportação. Se nós temos preços de exportação caindo por causa da grande oferta global e pela boa expectativa da safra norte americana. Os preços internacionais se acomodaram, ao mesmo tempo, estamos tendo um período de câmbio de cinco ou até abaixo de 5, muito inferior ao ano passado. Isso acaba tendo reflexos aqui dentro”, explica Camilo Motter, analista de mercado.

Além da queda nos preços, dificuldade no armazenamento também preocupa produtores de milho

No Mato Grosso a colheita da segunda safra de milho já começou e tem outra preocupação: o armazenamento. Pesquisadores do Cepea indicam que as dificuldades de armazenagem, devido à elevada produção de grãos nesta temporada, e os baixos preços preocupam agricultores do estado.

Já quem compra, se mantém afastado das aquisições, à espera de desvalorizações mais intensas do cereal. No campo, o percentual de lavouras em maturação vem aumentando, e os trabalhos começam a avançar, favorecidos pela atual baixa umidade.

(Com dados da Assessoria)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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