Medo do prejuízo: Brasil está comprando mais leite de fora e produtores questionam o motivo
Lideranças do setor pecuário cobraram medidas contra as importações de leite do Brasil, que vêm crescendo nos últimos meses. As reivindicações ocorreram durante a abertura oficial da 18ª Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite 2023), no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte/MG. Nos primeiros três meses de 2023, as importações somaram quase 523 milhões de litros de leite, quantidade três vezes maior que a adquirida no mesmo período do ano passado.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, destacou que o setor precisa unir forças para impedir que os produtores brasileiros sejam prejudicados pela entrada de leite no país. “Minas produz mais de nove bilhões de litros de leite e é o maior produtor do país. Temos a missão de ouvir os produtores rurais e, a partir dessas demandas, faremos um documento em conjunto com a OCEMG, OCB e FAEMG, que será entregue ao vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, pedindo providências contra essa importação desregrada que já colocou aqui praticamente 10% de nossa produção nacional. Os acordos bilaterais são importantes, mas também temos de proteger o produtor brasileiro”, enfatiza Fernandes.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Domício Arruda, reforçou que também é momento de unir esforços para a implantação de políticas públicas voltadas para os pequenos e médios produtores. “Temos instituições de pesquisa e de transferência de tecnologia de extrema capacidade no Brasil. Precisamos conectar a ciência ao campo”, destaca Arruda.
O deputado federal Emidinho Madeira também pediu o fim das importações e enfatizou que é preciso dar condições aos produtores de produzirem mais e com qualidade. Idealizador do programa Mais Genética, voltado para a melhoria dos pequenos rebanhos leiteiros e que faz parte das ações do governo de Minas, o parlamentar anunciou que o programa chega a 200 mil inseminações desde sua criação e até 2024 deve atingir a marca de 1 milhão de vacas inseminadas.
Durante a abertura da Megaleite, o governador de Minas Gerais Romeu Zema fez a inseminação da vaca de 200 mil, da raça Girolando, chamada Majestade Cambaúvas. Também foi feito o registro genealógico da fêmea Dama Ignition SLFB, também da raça Girolando. Ambas são do programa Mais Genética. Zema, que durante a abertura da Megaleite recebeu a homenagem Mérito Girolando, na categoria Personalidade Nacional, salientou a importância da agropecuária em Minas Gerais e reforçou o compromisso com o setor. “O agro para o estado é importantíssimo. Tem batido recordes na exportação, na participação no PIB, e, também, figura como um dos grandes geradores de empregos para Minas Gerais. Isso demonstra a importância desse setor que vai continuar recebendo nosso total apoio”, disse.
A Megaleite é considerada a maior exposição de pecuária leiteira da América Latina e vai até o dia 10 de junho.
(Com Assessoria)