foto: embrapa

Software que classifica pulgões do trigo ganha nova versão

Emanuely
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#sou agro| Seja para facilitar a tomada de decisões ou oferecer mais precisão em diagnósticos nas lavouras, a tecnologia avança cada vez mais como uma aliada na área do agronegócio.  Desde 2018, uma das ferramentas que atua com o propósito de auxiliar na melhoria da produtividade no campo é o AphidCV, um software voltado para classificação e reconhecimento de pulgões, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada da Universidade de Passo Fundo (UPF) e Embrapa Trigo.

Cinco anos após o lançamento, o programa ganha a terceira versão, que ofereceu a detecção de espécies, melhorias no deslocamento e mais praticidade no acesso.

O AphidCV foi desenvolvido para realizar a contagem e verificar a morfometria de afídeos separando em categorias (adultos ápteros, adultos alados e ninfas). “A mensuração de populações de insetos em plantas é necessária em diversos estudos, como definir o limite de infecção para intervenção com controle químico, avaliar o nível de resistência genética das plantas, avaliação de fatores que satisfizeram o crescimento populacional e a capacidade reprodutiva dos insetos. Estes trabalhos costumam ser realizados manualmente, com o apoio de lupas em um processo cansativo, que consome tempo e sujeito a erros humanos que realizaram a precisão”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Douglas Lau. 

Na prática, o software AphidCV trabalha sobre a imagem de uma placa de vidro contendo os insetos, processando de forma instantânea o número total e o tamanho de cada indivíduo. “Com o apoio da visão computacional, é possível reduzir o tempo de análise e aumentar o número de amostras no período”, diz Lau.

A nova versão chamada de “AphidCV 3.0 Web” implementa um método rápido e controlado para contagem e classificação de pulgões (afídeos), empregando técnicas de processamento de imagens, visão computacional e aprendizagem profunda (aprendizagem profunda). O software é destinado ao uso de pesquisadores da área agrícola, entomólogos e biólogos.

“A primeira versão nasceu a partir de uma demanda da Embrapa, com o objetivo de criar uma ferramenta de processamento de imagens e visão computacional para a identificação de afídeos e fazia apenas a classificação e reconhecimento de uma espécie de pulgão. Agora, a terceira edição avançando e tem suporte para identificação de indivíduos de quatro espécies”, explica o professor da UPF, Rafael Rieder.

Um outro diferencial da nova versão é a praticidade sem acesso. Nas duas primeiras versões os softwares foram instalados no computador, já a última versão é web, então o acesso pode ser feito usando um usuário e senha pela internet. “O programa agora está integrado ao TrapSystem , uma plataforma on-line de gerenciamento de dados coletados a partir de armadilhas de insetos, com diferentes ferramentas que facilitam a análise da flutuação populacional dos afídeos e da organização de séries históricas. Nossa ideia é continuar atualizando esses modelos inteligentes de detecção e classificação dos insetos e oferecer também para outras espécies, assim que formos tendo um banco de dados maior”, afirma Rieder.

Pesquisas envolvendo dezenas de estudantes e profissionais

As atividades relacionadas ao AphidCV fazem parte do cotidiano das pesquisas realizadas junto ao Núcleo de Visualização e Modelagem Computacional. Este laboratório, instalado junto ao UPF Parque Científico e Tecnológico, desenvolve soluções nas áreas de Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Realidade Misturada, Aprendizado de Máquina, Processamento de Imagens e Visão Computacional. Ele conta com a participação de acadêmicos de iniciação científica e pós-graduação dos cursos de computação da UPF: Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Mestrado em Computação Aplicada.

No caso do AphidCV, o desenvolvimento da plataforma também envolve instituições que trabalham de forma integrada e colaborativa, criando soluções que ajudaram a realizar os diferentes passos necessários. Além da Embrapa Trigo, existe uma parceria com pesquisador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) – Campus Passo Fundo.

Atualmente, cerca de 25 estudantes e profissionais das três instituições estão envolvidos na pesquisa. O objetivo é centrado no desenvolvimento de novos softwares e na avaliação com novos usuários, visando formar uma cadeia de tecnologias para atender a diferentes necessidades da agricultura.

As pesquisas ganharam notoriedade e, recentemente, o professor Rafael foi contemplado com uma Bolsa de Produtividade Tecnológica e Extensão Inovadora do CNPq. A proposta “Soluções de Visão Computacional para gerenciamento de epidemias causadas por vírus transmitidos por insetos” tem por objetivo desenvolver, aperfeiçoar e validar soluções de Visão Computacional e Aprendizado de Máquina, integrando-as com sistemas de gerenciamento de dados e modelos de simulação em plataforma web, para monitoramento de culturas agrícolas e tomada de decisão de manejo de epidemias causadas por vírus transmitidos por insetos.

“Basicamente, diz respeito à evolução dos programas AphidCV , InsectCV , e outras tecnologias de computação aplicada à agricultura”, destaca o professor, que mantém contato, inclusive, com instituições estrangeiras que se conheceram pelas pesquisas.

(Com embrapa)

(Emanuely/Sou Agro)

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