Otimismo no campo: Paraná deve ter safra recorde de soja
#sou agro| Os produtores rurais do Paraná se preparam para retomar o fôlego na corrida pela produtividade nos grãos, após ciclo com quebra na Safra 2021/22. Mesmo diante de temperaturas mais baixas que o normal no início do plantio, o Estado deve colher uma safra de soja recorde, batendo as 20,7 milhões de toneladas do ciclo 2019/20.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), as máquinas devem tirar do campo mais de 21 milhões de toneladas de soja. Nove milhões a mais em relação ao último ciclo, quando a produção mal passou das 12 milhões de toneladas. Por isso, com praticamente tudo jogando a favor das lavouras, há uma sensação de otimismo no campo.
“Depois de temporadas com perdas severas, essa safra tem tudo para ser cheia, permitindo que o produtor volte a se capitalizar. E sabemos que quando o campo vai bem, a economia dos municípios do Paraná vai bem também”, afirma Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Região de Guarapuava
O produtor Rodrigo Schneider cultiva 850 hectares, nos municípios de Pitanga, Candói e Foz do Jordão, que tem a característica de ser mais fria e não plantar milho segunda safra. Schneider realizou o plantio de forma escalonada, o que vai resultar em colheitas em diferentes épocas (do fim de fevereiro até o começo de abril). “O plantio no período intermediário de 20 de outubro a 5 de novembro é o que temos de melhor. Nas nossas áreas, temos lavouras que devem dar de 50 até 70 sacas por hectare”, compartilha.
Região oeste
Na região Oeste, há relatos da possibilidade de colher, em média, 70 sacas por hectare. Isso mesmo com o susto de uma estiagem, que deve provocar perdas em algumas áreas. Com temperaturas mais quentes, os produtores dessa parte do Estado apostam na segunda safra de milho. Por isso, o plantio da soja precisa acontecer mais cedo e de forma rápida, como aconteceu na propriedade da família de Renato Archile Martini, que dedicou 340 hectares à oleaginosa. Ao todo, foram gastas apenas 50 horas para semear a área.
“Nós tivemos um susto entre 12 de dezembro e 2 de janeiro, período no qual ficamos sem chuva. Depois disso, voltou a chover normalmente e a soja se recuperou. A soja é uma planta mais tinhosa, ela aguenta o desaforo até um certo ponto”, detalha Martini. “Tivemos um tempo mais frio que a média. O normal seria já estarmos colhendo, mas houve um atraso de 12 dias no ciclo pelas temperaturas mais baixas esse ano”, completa o produtor rural, que prevê semear 300 hectares de milho safrinha após a colheita da soja.
(Com Faep)