manga

Pesquisa ajuda a identificar problema que afeta a manga e causa prejuízos a produtores

Débora Damasceno
Débora Damasceno
manga

Pesquisadores de cinco instituições públicas do País deram um passo importante para entender o chamado colapso interno, um grave problema que afeta os frutos de manga e causa prejuízos econômicos a produtores e comerciantes. O grupo observou que aromas e compostos voláteis podem servir como marcadores para diferenciar, entre os frutos saudáveis, aqueles que estão com o problema.

mangaConhecido como um distúrbio fisiológico, o colapso interno é responsável pelo amadurecimento prematuro, aspecto gelatinoso na polpa da fruta, cor mais escura, sabor mais adocicado, amolecimento sob a casca e de difícil detecção externamente. O problema é observado apenas no momento do consumo, quando os frutos são geralmente descartados, gerando desperdício.

 

Baseado inicialmente em uma pesquisa de mercado e, posteriormente, em modelos estatísticos, o estudo identificou diferença no aroma, além de detectar, qualificar e quantificar uma série de compostos voláteis na casca e no fruto da manga, que se revelaram como indicativos de marcadores de colapso interno.

Os dados mostraram que a cor, a firmeza e os compostos voláteis são importantes para fornecer algumas informações sobre as alterações fisiológicas na manga, causadas pelo distúrbio, que ainda não são totalmente conhecidas. Mas é de ocorrência tanto no mercado nacional como no internacional.

 

Por isso, o estudo dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), com a colaboração da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), é fundamental para ajudar a entender o problema. Os resultados podem apoiar a elaboração de estratégias de identificação do distúrbio fisiológico futuramente, antes do consumo, e manejo para reduzir as perdas dos frutos causadas pelo colapso.

MANGAO estudo foi conduzido pela engenheira-agrônoma Fernanda Campos Alencar Oldoni, para a obtenção do título de doutora em Alimentos e Nutrição pela Unesp, campus Araraquara. De acordo com ela, o problema do colapso interno é abordado pela comunidade científica desde a década passada.

Sob a orientação de Marcos David Ferreira e coorientação de Luiz Alberto Colnago, pesquisadores da Embrapa, Oldoni fez primeiramente uma pesquisa de mercado com o objetivo de investigar e explorar o distúrbio fisiológico por meio da percepção de atacadistas da Ceagesp.

Essa etapa identificou, pelo aroma, que as variedades de manga Palmer e Tommy Atkins são as mais suscetíveis ao distúrbio fisiológico. Já em experimentos realizados em laboratórios, com métodos avançados de análise, os pesquisadores encontraram mais de 100 compostos voláteis diferentes nos frutos, dos quais oito estão relacionados ao colapso interno.

 

Aromas reveladores

A pesquisa de prospecção foi realizada com 30 atacadistas da Ceagesp por meio de questionários, cujas respostas a ajudaram compreender melhor as causas e traçar um perfil para caracterização do colapso interno e planejamento do estudo.

O questionário levantou informações sobre as percepções dos atacadistas quanto à maturação e refrigeração dos frutos, as reclamações sobre o colapso interno e percentual do distúrbio nas cargas comercializadas, variedades mais sujeitas ao distúrbio, além de possíveis sinais externos indicativos do colapso e fatores causais associados.

As variedades Palmer e Tommy Atkins foram citadas por 93% e 76% dos entrevistados, respectivamente, como mais incidentes. De acordo com a pesquisadora, os atacadistas tiveram a percepção de que o tamanho do fruto e teor de fibras poderiam estar associados ao distúrbio, além de fatores externos, como a adubação.

O tamanho maior do fruto foi apontado por 80% dos entrevistados como sendo um dos responsáveis pelo aparecimento do colapso, enquanto 76,7% afirmaram que o teor de fibras é outro fator limitante.

A publicação completa da pesquisa você encontra AQUI.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Embrapa)

(Fotos: Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Notícias Relacionadas