Setor de fertilizantes especiais cresce no Brasil
#souagro | O setor dos fertilizantes especiais no Brasil segue com avanços desde 2020. O Mercado faturou mais de R$ 10 bilhões no primeiro ano de pandemia, em uma alta de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões do ano anterior, pré-pandemia. Para especialistas, tecnologia em fertilizantes é alternativa para estiagem e aumenta produtividade. “O fertilizante organomineral, traz consigo a sustentabilidade pela destinação correta de um passivo ambiental e inúmeras vantagens quando comparado ao mineral”
Vinicius Merege Pereira, sócio e CEO da Nippon Agro, empresa que produz fertilizantes organominerais em forma de pellets, observa que o fertilizante mineral, em particular, vem de um aumento expressivo de preço no ano de 2021. “Isso ocorreu por um somatório de fatores, como a pandemia, a alta no dólar, o aumento da cotação das commodities e a crise energética na China”.
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Em 2022, prossegue, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e a dependência brasileira no mercado internacional de fertilizantes fez com que a crise se agravasse. Neste panorama, a busca por alternativas nacionais de fertilizantes será crescente nos próximos anos na agricultura brasileira, com um aumento na busca por novas formas de nutrir as plantações.
De acordo com informações da Abisolo (Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal), quatro fatores foram apresentados para explicar o desempenho do setor no período analisado. São eles: “a maior adoção desses produtos [fertilizantes especiais] pelos agricultores, impulsionada pela expectativa de boa rentabilidade”; “a relação de troca favorável ao produtor na compra de insumos”; “a inclusão de valor aos produtos como consequência da evolução tecnológica”; e “o reajuste nos preços de venda acarretados pela alta dos preços das matérias-primas, insumos e serviços”.
O Brasil é um grande produtor de proteína animal. Esse título resulta na produção de resíduos e esse passivo ambiental é um insumo nobre para a produção agrícola, quando utilizado como fertilizante. “A mistura orgânica ao mineral trará uma expressiva redução na dependência do mercado internacional e nosso mercado nacional precisa disso. Sendo assim, este mercado de organomineral estará aquecido nos próximos anos” Afirma Vinícius.
Na visão de Pereira, além do panorama político-econômico e questões relacionadas à sustentabilidade, há a convicção, por protocolos documentados e homologados em testes de performance, do melhor rendimento desse perfil de produto em relação aos minerais, principalmente quando são compostos com elementos biológicos e tecnologia de polímero.
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Tecnologia em fertilizantes é alternativa para estiagem e aumenta produtividade
Adriano Akira Assanuma, sócio e diretor de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Nippon Agro, destaca que o investimento em tecnologia em fertilizantes pode mitigar o problema de estiagem para os produtores rurais e aumentar a produtividade da lavoura. “O fertilizante organomineral, além de trazer consigo a sustentabilidade pela destinação correta de um passivo ambiental, tem inúmeras vantagens quando comparado com o mineral”.
Para Assanuma, trazendo o enfoque para a questão da estiagem, o fertilizante organomineral tem a presença da matéria orgânica na sua composição, já que ela pode reter água em até cinco vezes a sua massa. Isso ocorre porque a matéria orgânica e a mistura com compostos biológicos permite a manutenção de microrganismos. Estes, por sua vez, promovem um maior crescimento radicular, o que resulta em uma maior exploração do subsolo, resistindo a condições de estiagem.
“Os produtores brasileiros estão cada vez mais criteriosos, o que gera um ciclo virtuoso em investimentos em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos visando, principalmente, o aumento da produtividade e a preservação da planta em situações de risco”, conclui.
(Ageiél Machado com assessoria)
(foto: reprodução internet)