Soja destruída

VÍDEO: Produtor passa roçadeira sobre soja ‘cozida’ pelo calor

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Soja destruída

 

#souagro | Produtores do Paraná, em especial da região oeste, cujas perdas já atingem cifras milionárias e já se fala na quebra da safra de soja em pelo menos 80% da área cultivada, estão adotando uma postura radical e triste de ser ver atualmente. Em Palotina, por exemplo, o agricultor Adelar Piovesan, da comunidade de Vila Floresta, utilizou uma roçadeira para destruir uma área com soja “cozida” pelo calor.

 

Veja imagens do produtor destruindo a lavoura de soja em Palotina, no oeste paranaense

 

Foram 22 alqueires dizimados e uma parte concentrada na cabeceira da lavoura, onde o pivô de irrigação na alcança para amenizar os efeitos do calor. Assim que chover, o produtor já pretende iniciar o manejo e preparar o solo para o plantio do milho. As plantas remanescentes serão utilizadas para o trato do rebanho e serão retiradas por meio de uma colheitadeira, para transformar em feno.

Os produtores que têm optado em destruir a lavoura por conta do calor e estresse hídrico são aqueles que não contam com seguro rural. Quem preciso receber pelas perdas, precisa manter a área até o fim do ciclo.

Em entrevista concedida ao Portal Sou Agro na quarta-feira, o prefeito de Palotina, Luiz Ernesto de Giacometti, falou em perdas superiores a R$ 250 milhões somente em relação à cultura da soja. Por conta disso, o montante é bem maior se levar em conta outra culturas e atividades agropecuárias desenvolvidas no município. O estado de emergência prestes a ser publicado pelo Governo de Palotina proporcionará ao agricultor a possibilidade de prorrogar o financiamento junto às instituições financeiras e de crédito rural.

 

 

O vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabotti, está preocupado com o cenário de perdas em Palotina e região oeste do Estado. “Na região oeste, a quebra chega a 80% e somente em Palotina, 90%”, estima ele, que também aguarda a publicação do decreto de estado de emergência em Palotina. As tratativas estão bastante adiantadas para que o Governo do Estado, já no início da próxima semana, publique um decreto de situação de emergência envolvendo todas as cadeias produtivas em virtude dos danos provocados pela estiagem.

 

Área de 22 alqueires na comunidade de Vila Floresta, em Palotina, foi destruída pelo produtor: sem alternativa
Área de 22 alqueires na comunidade de Vila Floresta, em Palotina, foi destruída pelo produtor: sem alternativa

“Queremos convidar o governador do Paraná, Ratinho Junior, a conferir pessoalmente de perto os estragos provocados por uma das mais severas secas já registradas na história do nosso Estado”, enfatizou Zabotti. O decreto estadual que está em vigor, segundo ele, é sobre a escassez hídrica e visa a conscientização em torno do racionamento de água, não abrindo precedente especificamente para as questões inerentes à agricultura e pecuária. Toda essa mobilização tem ocorrido graças à mobilização dos sindicatos rurais do oeste paranaense, ecoando em todo o Estado do Paraná.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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