Foto: Embrapa

10 vezes em redução: conheça a tecnologia que diminui o custo de análise da qualidade de rações para peixes

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Embrapa

#souagro| Laboratórios que trabalham com análise de amostras de rações para peixes poderão ter à disposição uma nova tecnologia que reduz em dez vezes o custo desse processo, comparado aos valores das verificações feitas por métodos clássicos. A tecnologia fornece ainda resultados rápidos, não utiliza reagentes químicos e não gera resíduos ao meio ambiente.

A novidade é resultado da incorporação dos modelos de calibração desenvolvidos pela Embrapa em equipamentos usados por fábricas ou laboratórios para  diferentes análises de referência de qualidade nutricional de rações para peixes. A adaptação, no caso, foi feita para o espectrômetro NIR (espectroscopia no infravermelho próximo) de bancada, da Büchi Brasil, multinacional suíça parceira da Embrapa na validação técnica dos modelos.

De acordo com Mariana Dias , coordenadora técnica da Büchi, atualmente o valor estimado de uma análise pelos métodos tradicionais da ração de peixes é em torno de R$ 200. Via espectroscopia NIR o custo previsto é bem mais barato, cerca de R$ 20 para a manutenção do equipamento e a troca de consumíveis. Ou seja, uma queda significativa, dez vezes inferior. O tempo é outro fator considerável. No caso dos métodos clássicos, o resultado pode demorar até dez dias. Com os modelos desenvolvidos pela Embrapa, a conclusão das análises ocorre em menos de um minuto.

Dias explica que o alto valor dos procedimentos tradicionais deve-se à grande quantidade de reagentes usados no processo e ao custo com mão de obra, pelo tempo despendido para realizar as análises individualizadas de cada parâmetro. “Há ainda os resíduos gerados, que precisam de tratamento antes do descarte. Mais um custo a ser calculado, sem contar o ambiental.”

 

 

Tendência

As fábricas de rações para peixes poderão contar com o método de espectroscopia no infravermelho próximo, para análise e controle de seus processos, a exemplo de outros segmentos, como os de alimentos, farmacêutico e químico. Segundo Avelardo Ferreira , analista da Embrapa, que coordenou a pesquisa, essa tecnologia é uma tendência, além de ser abrangente. Já é usada, inclusive, na medicina, para diagnóstico de doenças.

“No caso da pesquisa, os modelos foram desenvolvidos ao longo de dois anos, a partir da construção de um banco de dados com mais de 200 amostras de diferentes regiões e fabricantes e variadas espécies de peixes, em diversas fases de desenvolvimento – alevinos, juvenis e engorda. Dessa forma, obtivemos modelos de rações para peixes representativos da realidade brasileira”, conta Ferreira.

 

De acordo com Hermann Schumacher, diretor-geral da Büchi Brasil, o objetivo do projeto conduzido em parceria com a Embrapa é melhorar a eficiência produtiva da fabricação de ração para peixes, por meio de um controle de processo eficaz e sustentável, utilizando tecnologia de última geração.

“A união do vasto conhecimento da Embrapa sobre o setor agropecuário com a excelência tecnológica dos equipamentos Büchi resultou em um produto confiável, robusto e de fácil operação, concebido para tornar a rotina de monitoramento e controle de qualidade da fabricação de rações para peixes um processo simples, em tempo real”, diz Schumacher.

(Com Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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