VOCÊ VIU ISSO? Cotações de soja e milho despencam

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

#souagro | O agronegócio presenciou na quinta feira (17 de junho) um momento histórico na Bolsa de Chicago envolvendo as commodities. Esse foi uma das notícias mais lidas nos últimos dias por nossos agronautas.

Em relação à soja, o mercado atingiu a histórica pontuação de 125 pontos de queda. Já o milho bateu o limite de baixa de US$ 0,40 por bushel, ou seja, R$ 4,70 por saca. O fechamento do pregão ocorreu às 15h20. Em média, a desvalorização da soja despencou 8%, o óleo de soja 10% e o farelo, 5%.

Logo cedo, o produtor rural acordou com uma dúvida em mente e procurando entender o motivo da queda das cotações das sacas de soja e milho, culturas predominantes principalmente nas lavouras paranaenses. Para entender o motivo desta abrupta desvalorização, o jornalista Vandré Dubiela, do Portal Sou Agro, conversou com o trader de commodities da I.Riedi, engenheiro agrônomo Christian M. de Almeida e Souza.

Ele segmentou as explicações em duas partes: dólar e Chicago, por se tratarem dos componentes que majoritariamente compõem o preço da soja e do milho. A redução do preço da saca da soja, olhando pelo aspecto do dólar, é em decorrência da retirada de estímulos monetários e por conta do aumento da Taxa Selic no Brasil para 4,25% ao ano. Isso tem provocado uma circulação maior da moeda americana no Brasil, seja uma postura especulativa ou não. O aumento da taxa Selic tem derrubado as taxas de câmbio, aliada à estabilidade da política de juros nos Estados Unidos, fazendo com que o dólar, os investidores, tenham mais cautela para decidir onde irá investir dinheiro. “A preferência é arriscar em países emergentes, com taxas de juros mais atrativas em relação aos demais. O Real tem reagido muito bem a este cenário entre os países emergentes”. Como os Estados Unidos optaram em não subir a taxa de juros por lá, isso provocou uma apreciação do real frente ao dólar.

Há quarenta dias, o dólar estava cotado em aproximadamente R$ 5,50 e ontem (quarta-feira), quebrou a barreira dos R$ 5. “Esses cerca de cinquenta centavos impactaram bastante, principalmente em relação à cotação da saca da soja, uma vez que a moeda americana tem impacto direto nos preços da leguminosa e por sua vez, refletindo também no milho”.

 

CHICAGO

A Bolsa de Chicago corroborou com tudo isso. Há ainda outro ponto, conforme explica o trader de commodities da I.Riedi, Christian M. de Almeida e Souza. “Em um primeiro momento, este autoconsumo de soja, referente à produção de biodiesel, fez com que os preços subissem rapidamente”. Diante disso, a agência reguladora americana desacelerou a produção de biodiesel, diminuindo o consumo da soja dos Estados Unidos, na tentativa de preservar seus estoques.

“Foi um gatilho para que Chicago, junto ao clima americano, derrubasse em mais de US$ 1,75 por bushel nos últimos cinco pregões, refletindo, cumulativamente, à queda de R$ 19 por saca no Brasil”, explica. Contratos futuros que estavam sendo firmados a R$ 153 há poucos dias, hoje, são negociados a cerca de R$ 134 a saca até o meio da tarde desta quarta-feira.

A curto prazo, há uma indicação, em função do clima, de um viés baixista. “Cabe ressaltar que os fundos, até cinco pregões anteriores, estavam supercomprados em papeis. Com o gatilho atribuído ao clima, começaram a sair vendidos, refletindo em um movimento de queda muito acentuado”. Ainda conforme o trader, o que pode definir novos cenários, ou seja, de alta ou de queda, é o apetite para venda ou compra dos papéis dos fundos, até o surgimento de outro gatilho climático, estimulando subidas ou eventuais novas descidas nas cotações de Chicago”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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