Milho: Ortigara faz apelo à ministra por compartilhamento de risco

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

#souagro | Comprovando usufruir de credibilidade no agro paranaense, o Portal Sou Agro teve a satisfação de receber na noite desta quarta-feira (3), por meio de uma Live transmitida pelo Instagram @portalsouagro, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, tendo na interlocução a jornalista e idealizadora do portal, Sirlei Benetti.

“O agro é um setor dinâmico da agricultura brasileira, dos mais abusados, o único que apresentou crescimento em um ano atípico como 2020, apresentando evolução de 2%”, destacou o Ortigara, acrescentando: “De cada R$ 100 produzidos no Paraná, R$ 34 é fruto do agronegócio”.

Ele destacou o desempenho da pecuária em 2019, que pela primeira vez na história superou a agricultura e o setor florestal. O Paraná produz entre 300 e 400 produtos, responsáveis por uma movimentação financeira de R$ 100 bilhões em 2019. A expectativa com base em levantamento a ser apresentado nos próximos dias com relação a 2020, é de atingir a soma de R$ 120 bilhões. “Nós (Paraná) geramos mais valor por hectare do que a média dos outros estados brasileiros”, aponta.

 

Clique no vídeo e acompanhe a entrevista na íntegra a entrevista exclusiva com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara:

 

Soja vive momento incomum

Em relação à soja, enfrentamos um momento incomum. Nesta época do ano, tudo já estaria colhido. Mas não é o que vem ocorrendo. O atraso no plantio em meados de setembro por conta da estiagem levou os produtores postergar a semeadura. “Enfrentamos a pior crise hídrica da história em todo o Estado. Já testemunhei 43 safras de soja e nunca nos deparamos com tantos problemas”, disse o secretário. “Ao semear a soja com atraso, deixamos de explorar o potencial d e diversos grupos de cultivares. Há situações muito piores de produtores obrigados a replantar a cultura”. Segundo ele, “a desgraça de hoje foi plantada em meados de setembro”, quando os agricultores ficaram impossibilitados de plantar na época recomendada, por conta do clima desfavorável.

Para Ortigara, o atraso da colheita da soja é o grande vilão dos problemas com o milho. “Era para a região oeste do Paraná já apresentar entre 80% e 90% da soja colhida, mas não chegamos nem a 25%, em uma área total de 5,5 milhões de hectares”. De qualquer forma, a expectativa de colheita no Brasil é de 133 milhões de toneladas. Deste total, mais de 20 milhões de toneladas do Paraná. “Uma safra exuberante, com preços bons”.

 

Encontro com a ministra

A tão aguardada audiência com a ministra da Agricultura, engenheira agrônoma Tereza Cristina, aconteceu nesta quarta-feira, na presença de diversas autoridades do setor cooperativista e da Conab.

De acordo com o secretário estadual Norberto Ortigara, o Brasil e o Paraná “são muito dependentes da segunda safra”. O consumo é crescente e as cadeias alimentares precisam muito desse insumo, para atender a produção de porco, frango, peixe e o rebanho leiteiro. “O mercado internacional quer o nosso milho e a estimativa é a de exportar acima de 35 milhões de toneladas de grão de milho”.

A cadeia alimentar da pecuária está prestes a sofrer um baque grande. Em virtude do atraso no plantio da soja, ocorreu atraso na colheita, empurrando a semeadura do milho para o fim da janela ou para um período sem janela, de escuridão”. Nesta semana, o milho chegou a 28% plantados em uma área total de 2,3 milhões de hectares no Estado. “Nem um terço plantando, isso é algo inimaginável para o mês de março, pois em ano anteriores, nessa mesma época, o plantio já havia atingido 70% da área plantada”, compara o secretário.

O impasse a agora é com relação ao rigor técnico e depois de várias tentativas de ajustes no zoneamento climático. “Não é porque atrasou que vou mudar o zoneamento, dando a conotação de perda de credibilidade no mercado”. Ortigara conta que no encontro com a ministra, buscou o compartilhamento do risco do milho safrinha. “A ministra não quis nos dar uma resposta imediata e pediu até sexta-feira para se manifestar sobre esse cenário e o pedido de dilatação do prazo para mais 10 dias de zoneamento”. A semeadura do milho também está atrasada no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Ortigara antecipa não acreditar na mudança do zoneamento por parte da ministra, “a não ser que haja uma surpresa interessante para esse apelo”.

O secretário estadual Norberto Ortigara revela que todos os presentes quase imploraram um compartilhamento de risco com o governo federal. Uma coisa é certa: os custos dos seguros aumentaram em virtude dos fatores de risco. (Vandré Dubiela/Sirlei Benetti)

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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